Escravidão: Mais 61 trabalhadores resgatados

“Estou arrumando o
pão de cada dia, mas está
difícil até comer o pão. A
gente aceita porque não
tem escolha”, disse C.B.S.,
54 anos”. Aqui parece uma
cadeia. Não tem jeito de
dormir com esse calorão
todo”, afirmou J.P.P, 57
anos. “Nem gatos, nem
cachorros comem essa comida
que dão para a gente”,
arrematou I.S.B., 27 anos.

Estes são alguns dos
depoimentos de 61 trabalhadores
que o Grupo
Móvel do Ministério do
Trabalho e Emprego colheu
em operação no estado
de Alagoas, na primeira
ação do grupo no setor
sucroalcooleiro da Região
Nordeste.

Eles foram resgatados
na usina Laginha, em
União dos Palmares. O
grupo de homens, que
trabalhava no transporte
e operação de máquinas,
tinha expediente exaustivo,
não recebia hora-extra e
vivia em alojamento com
condições insalubres, sem
ventilação, e dormiam em
camas de cimento.

Cerca de 1.500 trabalhadores
do corte de cana
também foram alcançados
pela ação da fiscalização
do Grupo Móvel e a usina
Laginha teve sua operação
de corte interditada até que
alguns itens sejam regularizados.

A empresa não fornecia
ferramentas, água potável
e nem equipamentos de
proteção individual (EPI).