Centro Padre Léo: Qualificação onde o trabalhador está

Qualificar profissionalmente trabalhadores desempregados e ajudar na criação de micro empresas são atividades que o Centro Padre Léo começa a levar para os bairros de São Bernardo. O primeiro é na Vila São Pedro.

O Centro de Formação
Padre Leo Commissari está
desenvolvendo um programa
destinado a qualificar
profissionalmente pessoas
desempregadas e ajudar na
criação de micro empresas
para elas venderem seus serviços
ou produtos.

O programa, em parceria
com a Fundação Banco
do Brasil, começou em agosto
a partir da sede do Padre
Leo, no Jardim Silvina, com
vários cursos, entre eles
construção civil, vidraçaria,
cerâmica artística e corte e
costura.

Para contornar o problema
das pessoas não terem
dinheiro para se deslocar até
a sede, o pessoal do Padre
Leo passou a levar os cursos
até os desempregados.

Assim, em outubro foram
implantados quatro
cursos em espaço da Igreja
da Vila São Pedro.

“Depois de conversar
com as pessoas interessadas,
criamos cursos de eletricista,
artesanato, pintura em tecidos
e crochê”, disse Ailton
de Almeida, administrador
do Padre Léo.

Ninguém fica só – A pessoa, além da fazer
o curso desejado, recebe
acompanhamento de técnicos
do Sebrae para ela criar
seu próprio negócio. Se a
idéia é criar uma cooperativa,
a pessoa recebe noções
de economia solidária.

Ailton comentou que,
se houver a necessidade de
dinheiro para impulsionar
o negócio, o interessado é
encaminhado ao Banco do
Povo.

“Juntamos num único
projeto a formação empreendedora
e a formação
técnica. Queremos atender
2.000 pessoas e criarmos o
maior número de micro empresas”,
comentou.

O maior desafio, no
entanto, não é alcançar essas
metas. “Com esse programa,
poderemos mostrar que, se
houver investimento na periferia,
é possível mudar a
vida das pessoas através do
trabalho e renda”, afirmou
Ailton.

Ele quer mais dos poderes
públicos, principalmente
do municipal, já que na periferia
não existe equipamentos
de lazer ou de inventivo
à cultura aos moradores.

“Não dá para o jovem
da periferia frequentar a
pista de skate ou outras atividades
no centro da cidade,
pois ele não tem dinheiro
nem para tomar um ônibus”,
lembrou Ailton.

Na Cooprofis, trabalho e renda garantidos

Das cooperativas criadas
a partir de pessoas que
passaram pelo Padre Leo,
a Cooprofis, formada por
trabalhadores da construção
civil, é uma das que se
consolidaram e hoje garante
trabalho e renda a 26 cooperados
e 3 autônomos.

A idéia da cooperativa
nasceu na década de 90.
Mas, somente em 2003 ela
se concretizou, quando um
grupo de 12 pessoas construiu
uma casa no bairro
Assunção e uma igreja no
Parque Seleta.

Com isso, a Cooprofis
se estruturou enquanto
empreendimento. Um ano
depois ela estava com 38
cooperados, mas alguns
foram embora por não se
adaptarem ao sistema cooperativo.

“Muitos não conseguem
entender que a retirada
mensal está ligada à
mão-de-obra desempenhada,
e que em determinados
momentos são poucos os
serviços”, disse o diretor
administrativo Esmael Almeida.

A partir de 2006, a cooperativa
ganhou a concorrência
para a construção de
quatro creches, permitindo,
pela primeira vez, uma retirada
extra no final do ano.

Nesse tempo, chegou
a contratar 38 autônomos.
Alguns se cooperaram, outros
não.

Atualmente, a Cooprofis
tem dois veículos, tem
todo o ferramental e maquinário
necessários e os
trabalhadores têm retiradas
com valores acima do que
paga o mercado.

“Neste ano queremos
comprar um terreno, para
construir nossa sede e
sair do aluguel”, avisou
Esmael