Entidades fazem novos protestos contra venda da Cesp

As entidades reunidas
no Comitê contra a Privatização
da CESP estão realizando
vários atos de protesto
e dando entrada com
ações na Justiça para a suspensão
do leilão da empresa,
programado pelo governo
estadual para o próximo dia
26 na Bolsa de Valores de
São Paulo.

O Sindicato dos Engenheiros
do Estado entrou
com representação no Ministério
Público para questionar
o valor da venda da
terceira maior geradora de
energia do País, estipulado
em R$ 7 bilhões.

O presidente do Sindicato,
Murilo Pinheiro, disse
que só a usina de Porto Primavera
vale R$ 12 bilhões.

Com a usina Três Irmãos,
o preço vale três ou
quatro vezes mais, pois a
CESP tem seis usinas hidrelétricas.

Na única audiência pública,
realizada em janeiro, a
CESP informou que seu ativo
vale R$ 18,4 bilhões, enquanto
o lucro anual fica em
torno de R$ 2 bilhões. Além
disso, para viabilizar a venda
o governo estadual injetou
R$ 6,3 bilhões na estatal.

A bancada do PT na
Assembléia Legislativa entrou
com ação pedindo a
suspensão da privatização da
CESP, com alegação da falta
de transparência na formação
do preço de venda.

Na próxima semana será
impetrada outra ação, desta
vez no Tribunal de Justiça,
para reafirmar o pedido de
suspensão do leilão.

Falta transparência – Para o líder do PT na
Assembléia, deputado Simão
Pedro, é uma irresponsabilidade
o governo estadual abrir
mão da geração de energia,
um setor estratégico para o
desenvolvimento do Estado.

“O objetivo de Serra é
fazer caixa e usar o dinheiro
em obras eleitoreiras”, advertiu
o parlamentar. Ele lembrou
que as eleições para presidente
foi decidida em cima
da questão da privatização.
“Os tucanos mentiram novamente
para o povo, dizendo
que não iam mais privatizar”,
lembrou o deputado.

Pacote tem mais empresas

O Comitê Contra a
Privatização, que reúne as
centrais sindicais e várias entidades
sociais e estudantis,
denuncia que o pacote de
privatizações do governador
Serra envolve a CESP,
o Metrô, a Sabesp e a Nossa
Caixa, entre outras estatais
estaduais.

O presidente da CUT
São Paulo, Edílson de Paula,
disse que na privatização da
Eletropaulo e da CTEEP
houve um corte de 60% dos
trabalhadores, e que no edital
de venda da CESP não
existe garantia de emprego
aos trabalhadores.

Ele lembrou que os
compradores da Tietê e da
Paranapanema assumiram
compromisso de ampliar
em 15% a capacidade de
geração de energia até o ano
passado, mas nada fizeram.