Responsabilidade social da empresa – o modelo social-democrata

Na semana passada,
abordamos o tema da responsabilidade
social empresarial.
Vimos que a
preocupação com questões
sociais foi a estratégia adotada
pelas empresas para
mudar sua imagem perante
os consumidores, imagem
abalada por denúncias
de desrespeito ao direito do
trabalho ou de danos causados
ao meio ambiente.

Vimos também que no
Brasil as empresas adotam
dois modelos de responsabilidade
social. Um
é baseado na experiência
americana e tem um caráter
autoritário, como foi caracterizado
no artigo anterior.

O outro tem por referência
a tradição social-democrata
européia dos anos
80/90 e suas principais características
serão apresentadas
neste artigo.

Os trabalhadores são
reconhecidos como parte
interessada na questão
da responsabilidade social
e seus interesses passam a
ser objeto de preocupação
empresarial.

Os pronunciamentos
públicos e os códigos de
conduta adotados pela empresa
levam em conta temas
relevantes para os sindicatos
dos trabalhadores,
como saúde e segurança
no trabalho, trabalho decente,
combate ao trabalho
infantil, ao trabalho forçado
e à discriminação racial
e de gênero.

A responsabilidade social
não se restringe à filantropia,
tornando-se
uma diretriz incorporada
nos processos de produção
e de gestão da empresa,
que passa a se preocupar
também com a situação
sócio-ambiental na sua cadeia
produtiva.

Transparência e acesso
às informações da empresa
por partes interessadas, incluindo
os trabalhadores e
seus representantes sindicais,
são características importantes
deste modelo.

Em seus pronunciamentos
públicos, a empresa
faz referência direta a
normas internacionalmente
reconhecidas na regulação
do trabalho, como as
Convenções da Organização
Internacional do Trabalho
(OIT) e as diretrizes
da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
Isto indica uma clara
atitude de respeito à liberdade
sindical e à negociação
coletiva.

Departamento de Formação