CNBB entra na luta pelas 40 horas

A Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil
(CNBB) anunciou ontem
que participará da campanha
nacional pela redução
da jornada de trabalho sem
redução de salários.

As pastorais sociais e as
paróquias da Igreja Católica
serão orientadas a colher
assinaturas entre os fiéis em
apoio à aprovação da mudança
constitucional.

“É uma causa justa,
que se propõe a beneficiar
a maioria e a incluir mais
brasileiros no mercado formal
de trabalho”, declarou
o secretário-geral da CNBB,
Dom Dimas Lara. “Eu me
entusiasmei pessoalmente
com a idéia e consultei todos
os integrantes do Conselho
Episcopal de Pastoral, que
aprovaram”.

Dom Dimas recebeu
dirigentes sindicais na manhã
de ontem, na sede da
entidade, para debater o
tema.

“É um apoio extremamente
importante. Se a
CNBB entende que a redução
vai beneficiar a maioria e
gerar mais empregos e qualidade
de vida, é mais um sinal
de que nossa campanha não
é corporativa, mas visa amplas
parcelas da sociedade e
todas as categorias”, afirma
Artur Henrique, presidente
da CUT.

A CUT e as centrais
sindicais coordenam a campanha
nacional pela redução
da jornada sem redução de
salários. Um abaixo-assinado
percorre as diferentes
regiões do país desde 11 de
fevereiro.

O objetivo é colher, no
mínimo, um milhão e meio
de assinaturas para pressionar
o Congresso Nacional a
aprovar proposta que reduz
a jornada de 44 para 40 horas
semanais.

Segundo cálculos do
Dieese, a medida deve gerar
mais de 2 milhões de empregos.
Em nome dessa proposta,
as centrais vão realizar
mobilizações e paralisações
por todo o país no próximo
dia 28 de maio.

Os metalúrgicos da
CUT e da Força Sindical
fazem ato dia 25 de abril na
Praça da Sé.