Os fatos antes dos 30 anos
A ditadura militar foi
imposta com o golpe de
março de 1964 e teve como
característica o fim dos direitos
constitucionais, a censura
e a repressão política.
O golpe foi uma ação
dos conservadores contra as
reformas de base anunciadas
pelo então presidente João
Goulart, o Jango, deposto
pela força das armas. As reformas
visavam transformações
na estrutura econômica
e social com universalização
da educação, reforma agrária
e outras mudanças em favor
da classe operária.
Repressão –
A ditadura prende milhares
de líderes populares, sindicalistas,
intelectuais e políticos.
Sindicatos são invadidos,
diretorias são destituídas e
substituídas por juntas governativas.
A censura se instala
nos jornais. Os comunistas
são presos e espancados.
Qualquer tipo de oposição era
imediatamente reprimida.
Em 1968, metalúrgicos
de Osasco (SP) e Contagem
(MG) entram em greve. Tropas
do Exército ocupam as
fábricas e prendem as lideranças.
Essas são as últimas
mobilizações operárias nos
anos 60.
Surge a reação –
A partir dos anos 70, os
movimentos sociais passam
a se rearticular, estudantes
saem às ruas e os trabalhadores
fazem reivindicações
pontuais sobre salários. As
comunidades de base também
se organizam por melhores
condições de vida.
O fim das altas taxas
de crescimento econômico
conquistada pelos militares e
o descontentamento popular
com a inflação, o custo de
vida e a repressão política
aumentam os espaços da
oposição.
Em 1974, ano em que
o general Ernesto Geisel assume
a presidência, o MDB,
único partido de oposição,
ganha as eleições nas grandes
cidades. Em 1978, supera a
Arena, o partido que apoiava
a ditadura, o que acelera o processo
de democratização.
Abertura –
Esse cenário faz a ditadura
iniciar um lento processo
de transição, com ganho
político para a oposição. Manifestações
de rua acontecem
contra o custo de vida e pela
anistia. Nas regiões operárias
como o ABC é intensa
a movimentação dos trabalhadores.
Em 1977, o Sindicato
desencadeia campanha por
reposição salarial de 34,1%,
para compensar índices de
inflação dos anos anteriores
que foram manipulados pelo
governo.
Em 1978, o Sindicato
não quis incluir qualquer
índice de reajuste na pauta
da campanha salarial como
forma de denunciar um jogo
de cartas marcadas, pois a
Federação dos Metalúrgicos
fingia que negociava com
a Fiesp, mas era o governo
que definia o percentual de
reajuste.