O novo sindicalismo

O novo sindicalismo,
surgido na década de 70,
traz em seu coração a inovação
e ousadia como fórmulas
fundamentais de
enfrentamento e luta dos
trabalhadores na fábrica e
na sociedade contra a ditadura
militar.

Uma das principais
marcas é a ação sindical
que, até então, era feita no
prédio do Sindicato e, a partir
daí, sai e vai para as portas
das fábricas, mais perto
dos trabalhadores. Este
seria o primeiro movimento
para o trabalho sindical
ir para dentro das fábricas.
Mas o novo sindicalismo
também se moveu em direção
contrária: para fora da
fábrica.

Muitos de nós tivemos a
adolescência influenciada
por este movimento.

Lembramos dos Primeiros
de Maio no Paço, no Vila
Euclides… Das atividades
no Sindicato como homenagens,
filmes, debates, festivais
de música realizados
com os trabalhadores etc.

Estas coisas envolviam
a militância e também a comunidade.
Muitos de nós
éramos atraídos por um movimento
no qual as marcas
eram a coragem, a resistência
e a participação efetiva
dos sujeitos históricos. E,
com eles, a mística, o encontro
das multidões, os gritos
de guerra, as vigílias, as
velas, as músicas, o silêncio
comovido das multidões, a
cumplicidade e a identidade
de uma classe em construção,
unidos por um sonho
comum. O movimento
sindical e social andavam
de braços dados e entoavam
as mesmas canções.

Assim, crescíamos embalados
por uma sinfonia
regida por trabalhadores.
O novo sindicalismo influencia,
portanto, sindicalistas,
trabalhadores, familiares
e a comunidade.

Graças a esta nossa herança,
fruto das lutas, podemos
negociar, estar nas
fábricas e até eleger um companheiro
presidente. “Somos
uma geração vencedora”
disse ontem o ministro Paulo
Vannuchi, na comemoração
aos 30 anos do novo sindicalismo,
mas ponderou que
“os combates decisivos estão
a nossa frente”.

Hoje, nós estamos em cena,
os desafios são diferentes,
mas continuam exigindo
que a luta seja dos mesmos
atores. E como diz a canção:
“Se muito vale o já feito /
Mais vale o que será”.

Departamento de Formação