1º de Maio – Um povo de lutas: Farrapos, Malês e Praieira

Revolução gaúcha dura dez anos

A Revolução Farroupilha
foi um movimento separatista
da província do Rio Grande
do Sul com raízes políticas e
econômicas. Ela durou dez
anos e foi a mais longa revolução
da história do Brasil.

Em 1834, o então regente
Diogo Antônio Feijó
impõe novo aumento de
impostos sobre o charque e
o couro, bases da economia
gaúcha. O movimento evolui
para posições separatistas
e republicanas como parte
da disputa entre republicanos
e conservadores.

Em setembro de 1835,
os rebeldes liberais, comandados
pelo deputado federalista
Bento Gonçalves,
ocupam Porto Alegre e depõem
o presidente da província
Antônio Fernandes
Braga, criando um governo
provisório.

Em outubro de 1836,
o governo imperial prende
Bento Gonçalves e outros
líderes na batalha de Fanfa,
que deixou 120 mortos.

A guerra continua e
em novembro os rebeldes
proclamam a República do
Piratini. Em setembro de
1837, Bento Gonçalves foge
da prisão em Salvador, ajudado
pelos liberais, assume
o comando das tropas e conquista
a vila de Laguna, em
Santa Catarina, com auxílio
do revolucionário italiano
Giuseppe Garibaldi. Lá,
é proclamada a República
Juliana.

Pouco depois, as tropas
do governo regencial
atacam por terra e por mar,
impondo sérias derrotas aos
rebeldes.

D. Pedro II assume o
trono em 1940 e oferece
acordo com anistia aos rebeldes
que, embora em desvantagem,
não o aceitam.

Em 1842, ele nomeia o
então barão de Caxias para
a presidência da província,
que inicia campanha militar
contra os gaúchos e, no
ano seguinte, retoma Porto
Alegre.

Quando o general uruguaio
Manuel Oribe ataca a
província pelo Sul, os farrapos
ficam entre dois fogos e
assinam acordo de paz.
Nele, os revoltosos são

anistiados e incorporados
às tropas do Exército, enquanto
os escravos que
participaram da guerra são
libertados.

Negros promovem revolta islâmica em Salvador

Nas primeiras décadas
do século 19 aconteceram
várias revoltas de caráter
racial na província da Bahia.
A Revolta dos Malês, em janeiro
de 1835, foi a rebelião
mais radical, já que pretendia
criar uma monarquia islâmica,
com o assassinato dos
brancos e a escravização dos
não muçulmanos.

A revolta foi
planejada por africanos
islâmicos
de origem haussá
e nagô. Malê, na
língua africana ioruba,
designava o
negro muçulmano
que sabia ler e
escrever árabe.

Também foi uma luta
política contra a imposição
do catolicismo, contra os
maus tratos e pela libertação
dos escravos africanos.

Na época, metade da
população de Salvador era
negra e trabalhava em pequenos
serviços como carpinteiros,
alfaiates e acendedores
de lampião. Eram os
chamados negros de ganho,
que com o tempo conseguiam
comprar a alforria.

Em janeiro de 1835, um
grupo de 1500 negros, liderados
por Manuel Calafate,
Aprígio e Pai Inácio, definem
a tática da rebelião.

O plano era sair do atual
bairro da Barra, em Salvador,
com destino a Água
dos Meninos, depois Itapagipe
e, finalmente, invadir
os engenhos do Recôncavo
para libertar os escravos. Pelo
caminho, matariam todos
os brancos.

Denunciados,
ainda conseguem
atacar os
quartéis da cidade,
mas são
repelidos devido
ao menor número
de homens e
armas.

Setenta negros
morrem e cerca de 280
são condenados a pena de
morte, trabalho forçado e
açoites. Todos são violentamente
torturados e cerca
de 500 são levados de volta
à África.

A revolta mostrou os
riscos que envolviam o regime
de escravidão e a tentativa
de impor o catolicismo,
que permearam o regime regencial
e o segundo reinado
com D. Pedro II. Também
serviu de inspiração para as
outras lutas contra a escravidão.

Liberais e conservadores duelam em Pernambuco

A Revolução Praieira
está ligada às lutas políticopartidárias
de Pernambuco,
que coloca