Pesquisa com células-tronco embrionárias: Esperança renovada
A liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias significa a possibilidade de tratamento de quem tem uma doença considerada incurável. Saiba o alcance das pesquisas com esse tipo de célula.
A decisão do Supremo
Tribunal Federal de liberar
as pesquisas com células-tronco
embrionárias renovou
a esperança de cura aos
portadores de doenças hoje
consideradas incuráveis.
Conheça o alcance da decisão
e o porquê da polêmica
sobre as pesquisas com esse
tipo de célula.
O que são células-tronco embrionárias?
São aquelas extraídas
ainda na fase primitiva, cerca
de dois ou três dias depois
que o espermatozóide
fecunda o óvulo.
Quais suas características?
A principal característica
das células-tronco embrionárias
é a capacidade de
se transformar em qualquer
um dos 216 tipos de tecidos
e órgãos, capacidade que as
células-tronco adultas não
têm.
Qual sua utilidade?
Pela capacidade de reconstituir
tecidos, músculos,
nervos e órgãos, os
cientistas acreditam que elas
possam ser empregadas na
cura de doenças hoje consideradas
incuráveis como,
por exemplo, paralisia por
lesão da medula espinhal ou
os corações necrosados por
infartos.
Como os tratamentos são feitos?
As células-tronco injetadas
nas áreas com câncer,
reconstituiriam os tecidos.
Injetadas nas pessoas com
Mal de Parkinson reporiam
as células cerebrais.
Nas pessoas com diabetes
reconstituiriam o pâncreas
com novas células produtoras
de insulina. Nas pessoas
cegas reporiam as células
da retina. Nas pessoas com
distrofia muscular reporiam
o tecido muscular ou carregariam
genes que promoveriam
a cura.
Onde estão essas células?
Os centros de reprodução
assistida produzem
para cada caso dezenas de
embriões e, destes, somente
alguns são aproveitados. Os
embriões que sobram do
processo de fertilização em
proveta e que antes ficavam
congelados até serem destruídos,
agora poderão ser
utilizados nas pesquisas.
Esses embriões, mesmo
se implantados no útero
de uma mulher, dificilmente
resultariam em uma gravidez.
Qual a origem da polêmica?
A polêmica existe porque,
para a obtenção da
célula-tronco embrionária,
um embrião é destruído.
Esses embriões são agrupamentos
de células menores
que a cabeça de um alfinete
e que têm potencial de vida
muito baixo. Mas, para os
religiosos conservadores,
manipular embriões de seres
humanos é assassinato,
pois consideram que todo
embrião congelado em um
tanque de nitrogênio é uma
vida.
Como estão as pesquisas?
No Brasil, até agora,
existem experiências apenas
com embriões importados,
mas sem aplicação em pacientes.
As pesquisas ainda estão
em fase de testes. A
partir do próximo ano, as
pesquisas com as células-tronco
embrionárias devem
sair do laboratório e passar
para testes clínicos em serem
humanos. O tratamento,
no entanto, deve demorar
cerca de dez anos.
Qual o alcance social?
A decisão da Justiça,
que sempre contou com
apoio do governo Lula, tem
grande abrangência social.
Até agora os ricos buscavam
esse tipo de tratamento nos
países desenvolvidos, muitas
vezes pagos pelo SUS através
de ações judiciais. Num
futuro próximo, qualquer
pessoa poderá ter acesso ao
tratamento nos bons hospitais
públicos do País.