Campanha Salarial: AUMENTO REAL PARA TODOS

No primeiro semestre do ano, a maioria das negociações salariais teve reajuste acima da inflação. Aumento real também é um dos principais objetivos dos metalúrgicos, que na próxima semana lançam campanha nacional.

No primeiro semestre
do ano, a maioria das negociações
salariais teve aumento
acima da inflação dos
últimos 12 meses, de acordo
com estudos do Dieese.

O coordenador do
Dieese, José Silvestre Prado
de Oliveira, disse que
vários acordos alcançaram
percentual de 8% como os
dos trabalhadores na construção
civil, nos setores de
transporte, de calçados, de
energia elétrica e de alimentos,
entre outros.

Até maio, a inflação dos
últimos doze meses medida
pelo INPC ficou em 6,64%.
Ele disse que a tendência de
aumento real será mantida
neste ano, mas acredita que
os percentuais serão menores
em relação ao ano passado.

Nossa luta é nacional

No que depender dos
metalúrgicos, a campanha
salarial deve seguir no rumo
da valorização salarial,
com aumentos reais compatíveis
ao crescimento dos
setores.

Na próxima semana, a
categoria lança campanha
nacional unificada, que envolve
cerca de 2 milhões de
trabalhadores.

Na quinta-feira serão
realizados dois atos na capital,
para a entrega das pautas
aos grupos 10, Fundição,
Aeroespacial, Montadoras
e Autopeças.

Os protestos acontecem
em frente aos prédios
da Fiesp e do Sinfavea, o
sindicato das montadoras.
Novas manifestações serão
realizadas ainda em julho,
quando as pautas serão
entregues nos outros Estados.

Unidade –
A campanha unificada
faz parte da luta das centrais
sindicais pelo contrato coletivo
nacional de trabalho,
com a criação de um piso
nacional válido e implantação
das 40 horas semanais
para todos os metalúrgicos.

No ato marcado para a
próxima quinta-feira estarão
presentes sindicalistas de
Minas Gerais, Espírito Santo,
Rio de Janeiro, Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande
do Sul e representações do
Norte e Nordeste, além do
pessoal de São Paulo.

Grupo 9 já recebeu – Na última segunda-feira,
quem recebeu a pauta
foram os representantes do
grupo 9.

Com este grupo, mais
a Fundição, Montadoras e
Autopeças, as negociações
serão somente das cláusulas
econômicas, já que as sociais
valem até o próximo ano.

Já com o Grupo 10 e
o setor aeroespacial serão
renovadas as cláusulas econômicas
e sociais.

Além das questões econômicas,
queremos unificar
as datas-base em setembro,
já que o Grupo 9, de máquinas
e eletrônicos, é em
agosto, enquanto o grupo
10 é em novembro.

Cai greve no setor público

No ano passado os trabalhadores
dos setores público
e privado realizaram
316 greves que envolveram
1,4 milhão de trabalhadores,
que deixaram de trabalhar
29 mil horas.

Levantamento do Dieese
demonstra que as paralisações
no setor público,
mesmo sendo maioria, caíram
13% em comparação
com o ano anterior.
A explicação para essa
queda foi a melhoria nas
negociações entre governo
e trabalhadores, principalmente
na esfera federal.

“Mesmo assim, 66%
das greves no setor público
foram feitas para reivindicar
salário, já que os servidores
não têm data-base”, disse o
diretor técnico do Dieese,
Clemente Ganz Lúcio.

Já no setor privado as
greves aumentaram 31%,
com mudança no caráter da
reivindicação.

Até 2004, as reivindicações
eram por reposição da
inflação e contra a perda de
direitos já conquistados.

A partir desse ano os
trabalhadores cruzaram os
braços por reivindicações
propositivas como novas
conquistas e aumento real.

Pelo estudo, 95% das
greves no ano passado tiveram
resultado positivo,
seja abrindo negociações
ou concluindo acordo coletivo.

A mobilização ainda
faz a diferença. “Do total
de greves, quase a metade
foi feita com o objetivo de
garantir direitos”, comentou
o economista.