CUT e Fiesp querem agenda contra inflação

Entidades acreditam que aumento da inflação se concentra em alguns alimentos. Para elas, elevar juros não resolve o problema e prejudica toda a produção.

Empresários e sindicalistas
decidiram criar uma
agenda comum de trabalho
cujo foco será o combate à
inflação e a alta de juros.

Em reunião na quinta-feira
passada na Fiesp, representantes
da CUT São
Paulo entregaram um documento
ao presidente da
entidade, Paulo Skaf, com
uma série de propostas em
relação a aspectos econômicos
e trabalhistas.

Uma preocupação comum
levantada é o tratamento
dado à inflação pela
mídia, o que tem influenciado
a sociedade de forma
negativa.

“Alta de juros é um remédio
amargo. A inflação
está localizada nos alimentos,
mas quando se aumenta
os juros para tentar contê-la,
todos os setores da economia
perdem”, lembrou Edílson de Paula, presidente da
CUT-SP.

União – Para ele, o momento é
de união em defesa dos trabalhadores
e da população
como um todo.
“Não podemos aceitar
a onda de alguns setores da
sociedade que, por meio da
especulação e do aumento
injustificável de alguns alimentos,
buscam criar um
clima de retorno da inflação”,
afirmou.

Ele destacou que em 15
dias um grupo de trabalho
composto por CUT-SP e
Fiesp apresentará em seminário
um estudo de políticas
alternativas a alta dos juros
e controle da inflação.

A Central também
orientará os sindicatos a valorizar
o aumento dos pisos
salariais das categorias para
manter o poder de consumo
dos trabalhadores.

Para Luiz Cláudio Marcolino,
presidente do Sindicato
dos Bancários de São
Paulo, é preciso estender o
debate a outros setores empresariais
e de trabalhadores
para que se possa construir
uma pauta de interesse da
sociedade.

“Essas discussões não
podem ficar reduzidas a
uma reunião positiva. É
preciso que elas se revertam
em ações concretas para que
os trabalhadores recuperem
seu poder de compra e para
que haja ampliação do emprego
de forma a contribuir
para o crescimento do país”,
ressaltou.