A inflação dos alimentos
Nos últimos meses o tema
da inflação é freqüentemente
explorado pela mídia.
Arquivos com imagens
das maquininhas remarcando
preços nos supermercados
reavivaram a
triste memória inflacionária
do povo brasileiro. Um
grande destaque foi dado
para a alta de preços de um
conjunto de alimentos que
compõem a cesta básica.
A intensa exposição
dessas imagens pelos formadores
de opinião e os
preços em elevação de alimentos
importantes da
cesta básica geraram um
ambiente de aparente descontrole
sobre a trajetória
dos preços, como se o dragão
da inflação do passado
estivesse voltando.
Os fatores que explicam
a elevação dos preços dos
alimentos são vários. Primeiro,
o forte aumento do
preço internacional do petróleo,
que aumenta os preços
dos insumos agrícolas,
fertilizantes e meios de
transportes. Segundo, o processo
de elevação da demanda
mundial por alimentos
devido à incorporação de
novos consumidores.
Terceiro, que os preços
de várias commodities
(termo, em inglês, para
mercadorias e que se refere
a produtos primários padronizados)
agrícolas são
formados no mercado internacional
e transmitidos
para o mercado doméstico
dos países. As principais
commodities agropecuárias
são soja, milho, trigo,
arroz, carne e algodão.
Fatores como a desvalorização
do dólar, a produção
de etanol a partir
do milho nos EUA e fatores
climáticos adversos
também contribuíram
para pressionar o aumento
de preços de alimentos
essenciais.
Vale ressaltar que, se
comparado com estes alimentos,
os demais grupos
como habitação e transporte
que compõem o cálculo
do custo de vida, sofreram
variações muito
inferiores.
Por todos estes motivos,
esta inflação tão discutida
ultimamente é o
que se pode chamar de
“inflação importada”. A
queda recente de diversos
indicadores de inflação
(seja em índices de
custo de vida, seja em índices
gerais), comprova
que o Brasil estava e está
longe do contexto de uma
alta generalizada de preços
como a que vivenciou
no passado.
Subseção Dieese do Sindicato