Acordos com montadoras e Grupo 8, e luta nos grupos 2, 3 e fundição
Assembléia realizada sábado com a rua do Sindicato lotada de metalúrgicos aceitou as propostas feitas pelas montadoras e pelo grupo 8, consideradas as melhores do ano até agora, entre as campanhas salariais de todas as categorias.
Nas empresas dos
outros grupos, os trabalhadores
dão continuidade ao
processo de luta, que só vai
terminar com a conquista de
acordos semelhantes.
“A categoria está de
parabéns pelo alto grau de
mobilização e consciência.
A mobilização dos companheiros
durante toda a semana
nas diversas fábricas foi
fundamental para essa conquista”,
disse o presidente do
Sindicato, Sérgio Nobre.
Ele avisou que só saiu
acordo com as montadoras
e com o grupo 8. “A companheirada
das empresas dos demais
grupos deve intensificar
as ações de protesto a partir
da segunda-feira, já que temos
negociações durante a semana”,
avisou Sérgio Nobre.
“Vamos atrás de acordos semelhantes aos já aprovados”, completou.
Sérgio Nobre: categoria forte faz um bom acordo
“Conquistamos os melhores
acordo do País neste
ano nas montadoras e nas
empresas do grupo 8. São
dois belos acordos, mesmo
porque até agora o maior
aumento real era de 2,3%.
Os percentuais de aumento real diferenciados decorrem
da diferenciação entre
os setores. O grupo 8 é formado
por pequenas empresas e
3% de real deve ser o mais alto
percentual já conquistado.
As propostas só saíram
graças ao esforço de mobilização
desta categoria e seu
grau de consciência. Queremos
que os trabalhadores do
País inteiro consigam números
semelhantes.
E é isso que vamos fazer
nos próximos dias, pois falta
concluirmos as negociações
com os outros grupos.
Nesse período, a companheirada
deve promover
mais ações de protesto, porque
a mobilizão faz a diferença
na mesa de negociação.
Nosso principal argumento é
que, se o País está com a produção
em alta, é por causa
da recuperação do poder
de compra dos salários nos
últimos anos.
Não reajustar o salário é
jogar contra o bom momento
que o País e a indústria automobilística
atravessam.”
Protestos fortalecem bancada nas negociações
As assembléias e paradas
de protesto que aconteceram
na semana passada
fortaleceram a bancada dos
metalúrgicos na mesa de
negociação.
Essa demonstração de
força deve continuar nesta
semana, pois é preciso
garantir a toda categoria
acordos semelhantes aos já
aprovados.
Na última sexta-feira
ocorreram três assembléias
de protesto em fábricas de
São Bernardo, que serviram
como aquecimento para as
próximas paradas.
Na Rassini, os trabalhadores
cruzaram os braços na
entrada do turno da manhã e
permaneceram assim das 7h
às 9h. No final, aprovaram
que, sem acordo, as paradas
vão continuar.
Na Mahle, foram realizadas
assembléias nas entradas
de turnos, cada qual com
duração de uma hora e meia.
Durante os atos, os patrões
foram responsabilizados pela
falta de acordo. A votação
da companheirada foi no
sentido de manter a mobilização
nesta semana.
Os trabalhadores na
Proema e na Fibam também
pararam na sexta-feira.
A assembléia durou das 6h
às 8h e terminou com a
disposição de realizar novas
ações por um bom acordo.
Montadoras
Reajuste de 11,01% a
partir de 1º de setembro,
sendo 7,15 como reposição
da inflação e mais 3,6% de
aumento real.
Abono de R$ 1.450,00
para o dia 22 de setembro.
O piso salarial foi reajustado
em 12,6% e passou
para R$ 1.250,00.
Os salários acima de R$
7.500,00 terão o reajuste para
repor a inflação (7,15%),
mais um abono de R$ 289,30,
que é a aplicação de 3,6% sobre
os R$ 7.500,00.
Os aprendizes do Senai
em período de estudo recebem
abono de R$ 500,00.
Os que já concluíram
o curso e estagiam recebem
abono de R$ 1.000,00.
Grupo 8
Reajuste de 11% a partir
de 1º de setembro, sendo a
reposição da inflação e 3%
de real.
Esse reajuste será aplicado
até salário de R$ 4.270,00.
Acima desse valor, fixo de
R$ 469,70.
Reajuste de 12% nos dois menores pisos e 11% no maior, que ficam assim:
R$ 719,52 – Empresas com até 50 trabalhadores
R$ 762,00 – Empresas entre 51 e 500 trabalhadores
R$ 841,00 – Empresas com mais de 500 trabalhadores
Grupo 2 (Máquinas e eletroeletrônicos)
No sábado, fez proposta de 10,5%, que é 7,56% de reposição da inflação e 2,73% de real. Proposta foi rejeitada na assembléia de sábado.
Grupo 3 (Autopeças, fundição e parafusos)
Não avançou. Tem negociação hoje, segunda-feira, às 11h.
Grupo 10 (Lâmpadas, estamparias entre outros)
Não respondeu à pauta enviada dia 10 de julho, apesar das sucessivas cobranças. A database é novembro.
Fundição
Fez proposta, já rejeitada, de aplicar a inflação integral, mais 1% de aumento real. A data-base é setembro. Tem negociação marcada para esta semana.