Pressão dos trabalhadores consegue medida alternativa ao fator previdenciário

Foto: Edgar Marra/CUT

A pressão dos trabalhadores da CUT e das demais centrais sindicais, em vigília em Brasília desde o início da semana, garantiu que o governo federal apresentasse uma alternativa ao fator previdenciário.

A presidenta Dilma Rous­seff anunciou por meio de Medida Provisória, a aplicação da fórmula 85/95 para a apo­sentadoria, que possibilita ao trabalhador se aposentar com o valor integral do benefício quando a soma da idade e do tempo de contribuição for igual a 85 para mulheres e 95 para homens.

A fórmula 85/95 é defendi­da pela CUT desde 2007, para substituir o impacto causado de até 40% nas aposentadorias por conta do fator, criado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.

A MP apresentada, no en­tanto, institui uma progressivi­dade à fórmula 85/95, até 2022, passando para 90/100. (soma da idade mais a contribuição igual a 90, para mulheres e 100 para homens).

“A medida cria um limitador ao fator previdenciário que não existia. É um primeiro passo”, avaliou o presidente do Sindi­cato, Rafael Marques.

Para ele, esse avanço só foi alcançado por conta das mobi­lizações dos trabalhadores.

“A luta dos trabalhadores da CUT e demais centrais fez o governo se mover nesta direção e não na dos que querem retirar direitos”, afirmou.

“Isso é uma queda de braço, que nós levamos”, acrescentou.

O presidente ressaltou que os debates sobre a progressivi­dade, prevista na MP, devem continuar no Fórum de Deba­tes sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Pre­vidência Social e também no Congresso Nacional.

“Estivemos avaliando os efeitos da medida, na CUT, e ainda há a necessidade de apro­fundar o debate para esclarecer os trabalhadores e garantir que a Previdência Social no Brasil seja viável, mas sem penalizar o trabalhador”, defendeu.

Além disso, Rafael destacou que a exclusão da idade mínima para a aposentadoria, como adotada em vários países, é uma vitória para os trabalhadores.

“Era uma preocupação que nós tínhamos e que foi retirada, uma regra que prejudicaria aqueles que começam a traba­lhar mais cedo, uma injustiça”, concluiu.

Em nota, a CUT afirmou que ‘o modelo previdenciário não é só uma questão econô­mica é, principalmente, uma questão de projeto de país, da sociedade que queremos’.

‘A CUT vai manter a campanha em defesa do 85/95, garantindo a aposentadoria integral a quem é de direito e vai manter as negociações para que o Brasil tenha uma Previdência viável, sustentável e justa’.

Conheça a íntegra da nota da CUT em http://goo.gl/iQc­0Sa e a Medida Provisória em http://goo.gl/bvS487.

Da Redação.