O Plano Nacional de Exportações e o câmbio

O governo federal lançou esta se­mana o Plano Nacional de Exporta­ções que tem como objetivo ampliar a participação do Brasil no comércio internacional. Para isso, pretende am­pliar os destinos dos produtos brasilei­ros pelo mundo, bem como aumentar o valor agregado de nossa pauta de exportações. Em resumo, vender para mais países e ampliar nossa exportação de produtos industrializados.

O conjunto de medidas anunciadas se concentra na desburocratização dos processos de venda ao exterior, no financiamento ao exportador e alterações em regras tributárias. To­das essas ações são importantes para avançarmos na internacionalização das mercadorias produzidas no Bra­sil, porém a principal medida para a ampliação de nossas exportações não foi anunciada, mas vem sendo implan­tada desde meados do ano passado, a desvalorização do real frente ao dólar.

É a atual taxa de câmbio, cerca de R$ 3,10 por cada dólar, que possibilita aos produtos um preço mais competi­tivo no mercado internacional. Veja­mos o caso de uma peça produzida no Brasil cujo preço aqui seja R$100. Com a atual taxa de câmbio, esta peça pode chegar ao mercado internacional a US$ 32,25. Caso nossa taxa de câmbio estivesse em R$ 1,60 por cada dólar, a mesma peça teria que ser exportada por, no mínimo, US$ 62,50, ou seja, um preço em dólar 94% maior.

É por isso que insistimos que não há como separar as políticas setoriais da política macroeconômica esco­lhida, que no final das contas acaba sendo mais determinante do que qualquer outro programa que venha a ser lançado.

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