“Se a Mercedes demitir, o caminho é a greve”
Com o anúncio de mais demissões na Mercedes, em São Bernardo, a partir de 1º de setembro, o secretário-geral da CUT e CSE na montadora, Sérgio Nobre, defendeu a organização dos trabalhadores para barrar a atitude unilateral da empresa.
“Não iremos aceitar demissões”, afirmou o dirigente.
Sérgio lembrou que a proposta, que previa a estabilidade de emprego, foi rejeitada pela maioria dos trabalhadores, no dia 2 de julho, o que deixou uma margem estreita para as negociações.
“Os trabalhadores não aceitaram a proposta de redução de jornada com redução de salário, por um ano, condicionada a estabilidade neste período, o que é uma decisão soberana”, explicou.
“A proposta incluía a substituição pelo Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, caso fosse adotado pelo governo federal”, completou.
Além disso, na nota divulgada à imprensa na última sexta, a Mercedes alega que não pode adotar o PPE porque a proposta foi rejeitada, jogando para os trabalhadores a responsabilidade sobrea manutenção dos postos de trabalho.
O comunicado da montadora diz que “está em estudo um ajuste, a partir de 1º de setembro, no nosso quadro de pessoal de colaboradores horistas e mensalistas”.
“O Sindicato busca alternativas negociadas, inclusive para o retorno dos companheiros que estiveram acampados. Desde a rejeição da proposta, a empresa vem tomando atitudes unilaterais, provocando um clima tenso na fábrica, o que compromete a saúde dos trabalhadores”, observou.
“Por isso, se a empresa demitir, o caminho é a greve. Agora temos que organizar os trabalhadores, reagir e fazer a luta que for necessária”, defendeu o representante.
“Os companheiros devem ficar atentos às orientações dos representantes em cada área, pois a organização e a unidade são fundamentais”, concluiu.