70 mil mulheres marcham em defesa da democracia e pelo fim da violência
Foto: Roberto Parizotti
Mais de 70 mil trabalhadoras do campo e da cidade, entre elas as metalúrgicas do ABC, caminharam pela esplanada dos ministérios, em Brasília, ontem, em defesa da democracia e pelo fim da violência contra a mulher na 5ª Marcha das Margaridas.
“Essa união é importante para fortalecer a luta que é de todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores do Brasil, por respeito e igualdade de direitos”, destacou a diretora executiva e coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Ana Nice Martins de Carvalho, que participou da Marcha.
“Esse mar lilás tem a energia e a vibração de todas nós, mães, mulheres e guerreiras por um País mais justo, democrático e igualitário”, completou a dirigente.
A Marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, a Contag, com o apoio de outras entidades sindicais, como o Sindicato.
“A Marcha das Margaridas é uma das manifestações mais expressivas dos movimentos sociais e é feita por agricultoras familiares que trabalham dia e noite para produzir 70% da comida que chega às mesas dos brasileiros”, afirmou o ex-presidente Lula, durante a abertura do encontro na terça-feira.
Fotos: Lula Marques/Agência PT
“Se tem uma coisa que o povo brasileiro aprendeu a fazer nos últimos anos foi sua própria história. Com a força do povo, a coragem e a garra das mulheres, não há ninguém que tente ameaçar o processo democrático que está implantado nesse País. Essa gente não percebeu que a eleição acabou em outubro e que a Dilma é a presidenta desse País?”, acrescentou o ex-presidente.
Sob o grito das mulheres de “não vai ter golpe”, a presidenta Dilma Rousseff, encerrou a Marcha das Margaridas comprometendo-se com os avanços nos direitos.
“Se temos conquistas para as mulheres, foi porque as margaridas participaram ativamente da construção destas políticas”, disse.
“Vocês inspiram a mim, presidenta da República e a todo o meu governo”, concluiu a presidenta.
Quem foi Margarida Alves?
A marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu o nome de MARCHA DAS MARGARIDAS em homenagem à líder sindical, Margarida Maria Alves, assassinada em 1983, na porta de sua casa, por latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba. Margarida Maria Alves era presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e fundadora do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Ela incentivava os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a garantia dos seus direitos, como carteira de trabalho assinada, 13º salário e férias.
Em seu último discurso, registrado em fita cassete, Margarida denunciou as ameaças que vinha sofrendo e disse que preferiria morrer lutando a morrer de fome.
Da Redação.