Carta de Solidariedade do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Daimler aos trabalhadores na Mercedes

Leia a carta de solidariedade em alemão,português e inglês abaixo: 

Mitarbeiter Mail

Verteiler: alle Mitarbeiter der Daimler AG in Deutschland                                                                                                                                                                     

GBR News Extra
Der Gesamtbetriebsrat informiert

Arbeitnehmervertreter fordern sofortige Rücknahme von 1.500 Kündigungen im Werk Sao Bernardo do Campo/Brasilien.

Liebe Kolleginnen und Kollegen,

wir wollen Euch über die Situation unserer brasilianischen Kolleginnen und Kollegen im Nutzfahrzeug-Produktionswerk Sao Bernardo do Campo informieren.

Letzte Woche sind Verhandlungen zwischen Mercedes-Benz do Brasil (MB Bras) und der brasilianischen Metallarbeiter-Gewerkschaft CNM/CUT über den Umgang mit der dortigen Wirtschaftskrise und die Auswirkungen auf die Beschäftigung im Werk gescheitert. Am vergangenen Freitag hat daraufhin die Unternehmensleitung dort 1.500 Beschäftigte über ihre Kündigung zum 1.9.2015 informiert. Aus Protest gegen dieses Vorgehen sind mit der heutigen Frühschicht die Beschäftigten im Werk in einen unbefristeten Streik getreten.

Wir halten betriebsbedingte Kündigungen für nicht gerechtfertigt, konjunkturelle sowie strukturelle Probleme müssen aus unserer Sicht sozialverträglich gelöst werden. Kündigungen sind keine sozialverträgliche Lösung und sie müssen umgehend zurückgenommen werden.

Wir fordern die Unternehmensleitung auf, unverzüglich an den Verhandlungstisch zurückzukehren und mit unseren engagierten Gewerkschaftern in Brasilien und der gesamten Belegschaft nach Lösungen zu suchen. Es muss ein Kompromiss gefunden werden, der für die Belegschaft und das Unternehmen gleichermaßen tragbar ist. Unseren streikenden brasilianischen Kolleginnen und Kollegen gehört unsere uneingeschränkte Solidarität.

Hintergrund der dramatischen Entwicklung sind tiefgreifende konjunkturelle und strukturelle Probleme im Land und im Werk. Der brasilianische Lkw-Markt ist weitgehend zusammengebrochen und in die Anlagen im Werk muss dringend investiert werden.

Die Leitung von MB Bras und die CNM/CUT haben bisher verschiedene sozialverträgliche Maßnahmen zur Anpassung des Personalstands an die veränderte Situation vereinbart – z.B. freiwillige Ausscheidensvereinbarungen, Betriebsruhe und Kurzarbeit. In den letzten Jahren haben weit über 2.000 Beschäftigte über freiwillige Ausscheidungsvereinbarungen das Unternehmen verlassen. Ende Mai 2015 wurden erstmalig 300 Kündigungen ausgesprochen.

Seit der Absatzspitze 2011 wurde die Belegschaft in Sao Bernardo um rund 25% reduziert.

Die brasilianischen Kolleginnen und Kollegen stehen durch die Entlassungen, die Lohneinbußen aufgrund der Kurzarbeit und die beträchtlichen Negativ-Stände auf den Zeitkonten schwer unter Druck. Daher haben sie weitergehende Maßnahmen, die das Unternehmen einforderte, im Juli mit einer deutlichen Mehrheit von 75% bei einer Fabrikversammlung abgelehnt.

Das Unternehmen forderte dennoch im August erneut einen materiellen Beitrag der Beschäftigten zur Bewältigung der strukturellen Probleme bei MB Bras – die Beschäftigten sollen notwendige Investitionen durch drastische Entgeltkürzungen mitfinanzieren. Das hat die CNM/CUT vor dem Hintergrund des Votums der Fabrikversammlung abgelehnt, was zum Scheitern der Verhandlungen und dem Ausspruch der Kündigungen durch die Unternehmensleitung führte.

Wir wissen um die strukturellen Probleme in Sao Bernardo. Diese wurden aber nicht durch die Beschäftigten verursacht. Der langfristige Verlust von Marktanteilen in Brasilien bis hin zum Verlust der Marktführerschaft, eine schwache Produktivität und erhebliche Mängel in der Substanz der Anlagen sind Folgen von jahrelangen Managementfehlern.

Diese selbst erzeugten strukturellen Probleme jetzt noch in einer Zeit der extremen Marktrückgänge bereinigen zu wollen, ist für die Menschen nicht tragbar. Dies dient aus unserer Sicht allein dazu, zusätzlichen Druck auf die Belegschaft und die Gewerkschaft aufzubauen.

Die Kündigung von 1.500 Beschäftigten ist für das Unternehmen die einfachste Lösung für das beschäftigungspolitische Problem, das durch die konjunkturellen wie strukturellen Schwierigkeiten entstanden ist.

Aus unserer Sicht ist dies völlig unangemessen, denn die brasilianische Regierung hat vor wenigen Wochen ein Kurzarbeitsgesetz nach deutschem Muster verabschiedet. Wenn dieses jetzt intensiv genutzt wird, entstehen neue zeitliche Spielräume von bis zu 16 Monaten, in denen man mit der CNM/CUT über die Bewältigung der strukturellen Probleme einig werden könnte.

Wir stehen an der Seite unserer Kolleginnen und Kollegen in Brasilien. Es kann nicht sein, dass 1.500 Familien in eine unsichere Zukunft gezwungen werden. Und es kann auch niemand erwarten, dass die Beschäftigten im Werk akzeptieren, dass die Managementfehler der Vergangenheit auf ihrem Rücken korrigiert werden.

Michael Brecht                                                       Ergun Lümali

Gesamtbetriebsratsvorsitzender                          Stellv.Gesamtbetriebsratsvorsitzender

Vorsitzender des WEC

 

Stuttgart, 24 de Agosto de 2015

Os representantes dos trabalhadores na Daimler exigem a imediata reversão das 1.500 demissões na fábrica de São Bernardo do Campo / Brasil

Caros companheiros e companheiras,

Queremos informá-los sobre a situação dos nossos companheir@s brasileiros na planta de produção de veículos comerciais em São Bernardo do Campo.

Na semana passada, as negociações entre a Mercedes-Benz do Brasil (MB Bras) e o Sindicato dos Metalúrgicos brasileiros (SMABC – CNM/CUT), sobre como lidar com a crise econômica local e seu impacto no emprego, chegaram a um impasse. Na sexta-feira passada, dia 20/08, a direção da empresa notificou aproximadamente 1.500 funcionários sobre a rescisão dos seus contratos a partir de 01/09. Em protesto contra esta medida, os trabalhadores entraram em greve por tempo indeterminado na fábrica a partir dos turnos da manhã de hoje.

Demissões em massa não se justificam. Problemas estruturais ou conjunturais precisam ser resolvidos, em nossa opinião, de forma socialmente responsável. Essas demissões não são socialmente aceitáveis, e eles devem ser imediatamente canceladas.

Demandamos à direção da empresa para retornar imediatamente à mesa de negociações e buscar uma solução com os nossos companheiros sindicalistas no Brasil. Deve ser encontrado um compromisso que seja igualmente aceitável tanto para os trabalhadores como para a empresa. Nossos companheiros grevistas brasileiros contam com nossa irrestrita solidariedade.

Esta dramática situação está baseada nos profundos problemas conjunturais e estruturais do país e da fábrica. O mercado brasileiro de caminhões está em profundo colapso e são necessários investimentos urgentes nas instalações da fábrica.

Até recentemente a direção da MBBras e o Sindicato tiveram acordo em várias medidas socialmente aceitáveis ​ para a adaptação da força de trabalho em função da evolução da situação do mercado – por exemplo, Banco de Horas, programas de demissão voluntária, férias coletivas, suspensão dos contratos de trabalho (lay-off), etc. Nos últimos anos, mais de 2.000 funcionários deixaram a empresa através de demissões voluntárias. No final de maio 2015 foram pela primeira vez desligados 300 trabalhador@s que se encontravam há um ano em lay-off.

Desde o pico de vendas de 2011, a força de trabalho em São Bernardo foi reduzida em cerca de 25%.

Os companheiros brasileiros estão sob forte pressão por demissões e cortes salariais, devido ao trabalho reduzido e os saldos muito negativos dos bancos de hora. No início de Julho, uma proposta negociada de medidas adicionais foi rejeitada por uma clara maioria de 75% em uma votação dos trabalhadores.

Novamente em agosto a empresa demandou uma contribuição substancial dos funcionários para lidar com os problemas estruturais MBBras: os trabalhadores deveriam co-financiar os investimentos necessários através de drásticos cortes salariais. Por força da recusa desta proposta pelos trabalhadores na votação do início de Julho, o Sindicato rejeitou reapresentar a mesma proposta. A empresa considerou isso uma ruptura das negociações e anunciou as demissões.

Estamos cientes dos problemas estruturais em São Bernardo. Mas eles não foram causados ​​pelos funcionários. A perda a longo prazo da participação de mercado no Brasil, incluindo a perda da liderança de mercado, a baixa produtividade e deficiências significativas na estrutura das plantas são consequência de anos de má gestão.

Querer “zerar” esses problemas estruturais agora, em uma época de crise de mercado extrema, é inaceitável para os trabalhadores. Isto só serve, em nossa opinião, apenas para aplicar uma pressão adicional sobre os trabalhadores e o Sindicato.

A demissão de 1.500 trabalhadores é a solução mais fácil para a direção da empresa em relação à totalidade da força de trabalho que é causada pelas dificuldades económicas e estruturais para a empresa.

No nosso entendimento, isso é totalmente inadequado porque o governo brasileiro acaba de adotar há algumas semanas uma lei de proteção ao emprego inspirada no modelo alemão. Se este programa fosse adotado, ter-se-ia um tempo de estabilidade de até 16 meses, dentro do qual se poderia chegar a um acordo com o Sindicato sobre os problemas estruturais.

Nós estamos ao lado dos nossos companheiros e companheiras no Brasil. Não é possível que 1.500 famílias sejam forçadas a um futuro incerto. E ninguém pode esperar que os trabalhadores aceitem que os erros de gestão do passado sejam corrigidos jogando a responsabilidade somente nas suas costas.

Michael Brecht – Presidente do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Daimler e Vice-presidente do Conselho de Administração da Daimler AG

Ergun Lümali – Vice-presidente do Comitê Mundial dos Trabalhadores na Daimler