Campanha Salarial – “Momento requer unidade e ação conjunta na luta”, diz Wagnão

A Central Única dos Trabalhadores, os Me­talúrgicos do ABC e outras 20 categorias cutistas ocuparão hoje a Avenida Pau­lista em ato unificado para des­travar as campanhas salariais, retomar a economia no Brasil e em defesa da Petrobras. O ato acontece a partir das 9h em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp.

“Cada categoria tem sua própria pauta de reivindica­ção. O que as unifica é a defesa da democracia, a busca por saídas econômicas que não prejudiquem ainda mais os trabalhadores e que revertam as perspectivas de fechamento de postos de trabalho”, afirmou o secretário-geral Wagner San­tana, o Wagnão.

A mobilização reúne trabalha­dores com data-base no segun­do semestre e os que ainda não concluíram as negociações com os patrões nos primeiros seis meses do ano, como é o caso do setor público.

Na ocasião, a CUT lança ainda um manifesto no qual repudia os ataques aos direitos da classe trabalhadora e a ten­tativa, patrocinada pelos con­servadores, de desestabilizar a democracia. (Saiba mais abaixo)

Para o secretário-geral, agora é a hora de apertar as negociações com as bancadas patronais que tentam reduzir os direitos na convenção coletiva.

“O momento requer uni­dade e ação conjunta na luta. Vamos deixar claro que os trabalhadores não vão pagar a conta da crise econômica, que somos contra a precarização nas relações de trabalho e que haverá resistência e luta às ten­tativas de ataque à democracia”, declarou Wagnão.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a tentativa de golpe contra a presidenta da República não é motivada pelo combate à corrupção ou outras razões.

“Os setores que não respei­tam o resultado das urnas que­rem, na verdade, aprofundar um clima que facilite a retirada de direitos, o achatamento dos salários, criação da idade mínima para aposentadoria, terceirização sem limites”, disse Vagner.

“Ou alguém acredita que quem quer entrar no lugar da presidenta vai continuar se preocupando em manter programas sociais importantes criados pelo governo Lula e Dil­ma?”, questionou o presidente da CUT.

“O golpe é contra os traba­lhadores. Não é apenas uma disputa político-partidária, é uma disputa de classe que visa diminuir os ganhos, a partici­pação dos companheiros nos resultados econômicos do País”, concluiu Vagner Freitas.

 

Manifesto: EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DO EMPREGO E DO SALÁRIO

As entidades sindicais filiadas à CUT, em campa­nha salarial no segundo semestre de 2015, manifestam seu repúdio à sucessão de ataques contra os direitos da classe trabalhadora e às instituições da República. Em defesa dos trabalhadores, da democracia e contra o golpe patrocinado pela direita, mobilizaremos nossas bases, ocuparemos praças e ruas e, se for necessário, faremos uma greve geral que paralisará o País.

Na campanha salarial unificada das categorias com data-base no segundo semestre, faremos a defesa intransigente do emprego, do salário e dos direitos. Vamos questionar e lutar contra a atual política econômica recessiva, que gera um cenário adverso à negociação coletiva e provoca desemprego, arrocho salarial e precarização das relações de trabalho. Vamos exigir que a Operação Lava Jato investigue todos os corruptos, mas não contribua com a paralisação da economia nem o desemprego em massa.

Nenhum direito a menos! Somos contrários ao projeto PLC 30/2015, do Senado, que amplia a tercei­rização para atividade-fim das empresas. Exigimos o reconhecimento do direito de negociação coletiva e o direito de greve dos servidores públicos. Direito se amplia, não é diminuído. Da mesma forma, somos solidários aos trabalhadores das estatais a quem estão sendo impostas perdas salariais.

A CUT defende uma investigação profunda, transparente e democrática de todas as denúncias de corrupção, sem prejuízo ao processo de desen­volvimento econômico e social iniciado em 2003.

Somos a favor da luta contra a corrupção, mas não podemos aceitar que esse combate seja usado como pretexto para quebrar a economia e o País, privatizar e desmembrar a Petrobras, judicializar a política e en­fraquecer as instituições com o objetivo de acobertar um golpe contra o governo legitimamente eleito.

Defendemos a democracia porque é ela que assegura a liberdade que precisamos para fazer a negociação coletiva com os patrões e o governo, livres de qualquer ameaça de criminalização e de judicialização da ação sindical.

EM DEFESA DO EMPREGO E DO SALÁRIO

 EM DEFESA DA DEMOCRACIA

CONTRA A ATUAL POLÍTICA ECONÔMICA

CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS E CONTRA O PLC30/2015

 EM DEFESA DA PETROBRAS

PELO DIREITO DE GREVE E DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Da Redação.