Sistema S tem R$ 18 bilhões em aplicações financeiras
Entre as medidas para recompor o orçamento do Brasil anunciadas na última segunda feira, dia 14, pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, uma delas é a redução de 30% nas alíquotas do Sistema S (Saiba mais no quadro).
Os valores arrecadados pelas entidades vêm da contribuição sobre a folha de salário e são considerados recursos públicos, que pela medida passarão a ser direcionados para a Previdência Social – o que renderá mais R$ 6 bilhões aos cofres públicos em 2016.
A Controladoria Geral da União, a CGU, revelou que em 2014 as entidades do Sistema S tiveram receita de R$ 31,09 bilhões. Em 2013, o valor foi de R$ 27,12 bilhões e, em 2012, de R$ 22,82 bilhões.
Neste ano, a estimativa de receita das entidades somará R$ 36 bilhões.
“A decisão do governo de transferir esses recursos para a Previdência foi bastante criticada pelos empresários, mas não se justifica”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
O Tribunal de Contas da União, o TCU, informou que em 2013 as entidades do setor tinham investido R$ 16,64 bilhões.
“Já temos o conhecimento que as entidades têm em torno de R$ 18 bilhões em aplicações financeiras, enquanto deveriam estar utilizando esse dinheiro para aperfeiçoar os cursos de formação profissional, ampliar as vagas e melhorar a remuneração dos professores ao invés de demiti-los, como vêm fazendo”, criticou.
Para o presidente do Sindicato, a medida é importante não apenas para recompor as finanças do governo federal e garantir o pagamento dos aposentados do País, mas para levantar o debate sobre o que vem sendo praticado pelas entidades do Sistema.
“É um bom momento para buscar mais transparência sobre as ações destas entidades, já que são financiadas por toda sociedade”, completou.
O QUE É O SISTEMA S
O Sistema S é um conjunto de entidades patronais, financiadas pelo dinheiro público, proveniente das contribuições obrigatórias das empresas ao governo federal, com o objetivo de qualificação e formação profissional dos trabalhadores.
Formado por organizações criadas por setores empresariais – indústria, comércio, agricultura, transportes e cooperativas –, que oferecem cursos em áreas da indústria e comércio.
Os valores arrecadados pelas entidades vêm da contribuição sobre a folha de salário. São considerados recursos públicos, entram no cálculo da carga tributária, mas são destinados pela Constituição para o financiamento das entidades, que são de direito privado. A destinação dessas receitas não sofre ingerência do poder público.
SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI
Serviço Social da Indústria
IEL
Instituto Euvaldo Lodi
SENAC
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SESC
Serviço Social do Comércio
SENAR
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SENAT
Serviço Nacional de Aprendizagem em Transportes
SEST
Serviço Social de Transportes
SESCOOP
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
SEBRAE
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Da Redação.