Sindicato luta contra sucateamento do ensino no Sistema S

Os metalúrgicos do ABC vão inten­sificar a luta contra as decisões que estão sendo tomadas no Sistema S, com fechamento de turmas, fim do período integral, demissões de professores e redução de aulas no próximo ano.

“Não podemos admitir que gestões ‘poli­tiqueiras’ prejudiquem a Educação no nosso Estado. As escolas do Sistema S não são do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, assim como as escolas estaduais não são do governador Geraldo Alckmin. Elas são de toda socie­dade”, defendeu o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

“Todos sabem da importância do trabalho realizado pelas entidades do Sistema S e a qualidade dos cursos oferecidos. Estamos recebendo diversas reclamações de traba­lhadores na base e pais de alunos denun­ciando o sucateamento gradativo do ensino”, contou.

O Sindicato criou o evento na página do Facebook “Observatório Cidadão – De Olho no Sesi/Senai” para fiscalizar o que está acon­tecendo nas escolas. Os trabalhadores podem fazer denúncias e protestar contra o sucatea­mento do ensino.

“O Skaf se comporta de forma absolutista e despótica. Gostaria que explicasse o quanto gasta com publicidade política pessoal em horário nobre, com milhões do Sistema S. Este é o momento de discutir a transparência do Sistema”, prosseguiu.

PROTESTO

Os metalúrgicos do ABC participaram na sexta-feira, dia 23, da manifestação organiza­da pelo Sindicato dos Professores do ABC, o Sinpro ABC, em frente ao Senai Mario Amato, em São Bernardo. Também participaram do ato alunos da Escola Estadual Julieta Vianna.

Segundo o Sinpro ABC, o Sistema S tem reservas suficientes para manter as ativida­des sem cortar gastos, com R$ 18 bilhões em aplicações financeiras. “Deveriam utilizar esse dinheiro para aperfeiçoar os cursos de forma­ção profissional, ampliar as vagas e melhorar a remuneração dos professores ao invés de demiti-los”, criticou Rafael.

O Sistema S é um conjunto de entidades patronais, financiadas pelo dinheiro público, proveniente das contribuições obrigatórias das empresas ao governo federal com o objetivo de qualificação e formação profissional dos trabalhadores.

“A instituição é privada, mas lida com dinheiro público. Além disso, desde 2007 os ensinos fundamental e médio não são gra­tuitos. As mensalidades são em torno de R$ 500”, disse o presidente do Sinpro ABC, José Jorge Maggio.

“Os metalúrgicos do ABC vão defender fortemente o ensino de qualidade nas escolas e dar todo o apoio à luta em defesa da Educa­ção”, concluiu Rafael.

Da Redação.