Sindicato pede abertura de ´caixa preta´ de orçamento do Sistema S na ALESP

Os Metalúrgicos do ABC, pais, alunos e professores par­ticiparam na sexta, dia 13, de audiência pública na Assem­bleia Legislativa do Estado de São Paulo, a Alesp, para uma única reivindicação: a abertura da “caixa preta” do orçamento destinado às escolas mantidas pelo Sistema S.

“Os relatos são graves. Per­seguição a professores contrá­rios à política adotada, alunos que sofrem com ameaças de cortes e uma gestão voltada ao personalismo da figura do presidente da instituição, Paulo Skaf”, declarou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

“Claro que, com isso, quem perde é a sociedade. Foi uma audiência importante para fortalecer nossa luta pela edu­cação”, prosseguiu.

O dirigente enumerou as várias fontes que compõem a receita do Sistema S para, assim, po­der cobrar a abertura de seu orçamento, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Médio e Emprego, o Prona­tec; o desconto em folha de pagamento dos trabalhadores; e a mensalidade cobrada dos alunos.

“Quase 10% dos 36 bilhões de reais arrecadados pelo Sis­tema S foram destinados a São Paulo; existe um déficit de transparência”, disse Rafael.

“Apesar da arrecadação, desde 2010 as escolas do Sesi estão entre as piores médias de instituições particulares do Estado no Exame Nacional de Ensino Médio, o Enem. Em São Bernardo, por exemplo, o Sesi estava em 10º lugar no ranking em 2009. No ano passado, caiu para a 17ª posição”, continuou.

Professores relataram ainda que a ameaça era fechar as classes do primeiro ano do en­sino fundamental nas unidades externas e extinguir as vagas decursos técnicos no ensino arti­culado Sesi/Senai. Todos cita­ram que, graças à mobilização, houve um recuo nessa decisão.

O presidente do Sindicato reiterou as manifestações pela resistência contra o desmonte da educação no Sistema S e afir­mou que nem os metalúrgicos do ABC nem professores vão parar por aqui.

“Já estamos com uma cam­panha no Facebook do Sindi­cato, o Observatório Cidadão, para que todos os envolvidos relatem os casos de deterio­ração no sistema de ensino”, concluiu Rafael.

Da Redação.