Durante seminário no Sindicato, Lula convida juventude para fazer política

Foto: Edu Guimarães

“Vivemos em uma era em que os filhos sabem mais que os pais. No meu tempo, levava 20 anos para conseguir uma informação que a juventude tem acesso em 20 minutos. Por isso, temos de ouvir os jovens sobre o futuro”.

A afirmação é do ex-presi­dente Luiz Inácio Lula da Silva durante o seminário O Papel da Juventude na Transformação Social: O Grande Diálogo III na Sede, na última sexta, dia 13, organizado pelo mandato do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP); os Metalúrgicos do ABC; e a Fundação Friedrich Ebert Stiftung.

Na atividade, Lula alertou para outro lado da era da internet, a disseminação de boataria. “Há uma constru­ção de pessimismo da mídia que tem o objetivo de negar a política e fazer o jovem não gostar dela. Eles negam o Es­tado. E o jovem acaba achan­do que todos são iguais, que nada funciona, e vira rebelde por ser rebelde”, analisou.

Como exercício contra o discurso único na rede, Lula desafiou os jovens a, todos os dias, procurar debates cons­trutivos e boas notícias para disseminar na internet.

O ex-presidente lembrou que, quando ele tinha 14 anos, seu objetivo era tirar carteira profissional e traba­lhar. Aos 18, já estava ficando tarde para encontrar uma noiva e constituir família.

“Você, no primário [hoje ensino fundamental], já es­tava pensando em emprego. Era a nossa independência. Conversem com seus pais, perguntem como eram as coisas e vejam o quanto evo­luímos desde então”, disse, reafirmando que hoje, espe­cialmente após esforços do governo federal na expansão de universidades, há oportu­nidades diferentes.

Segundo Lula, as pessoas têm de ter consciência para protestar, mas também para construir. “Quando vocês não acreditarem em mais ninguém, ainda assim, ao invés de desistir da política, vão fazer política. Quem sabe vocês sejam exatamente o po­lítico que estão procurando?”, provocou.

O presidente do Sindica­to, Rafael Marques, lembrou que hoje não há democracia sem os trabalhadores, sem ajuventude. “Vivemos em um momento em que nós temos de nos orgulhar, onde promo­vemos o aprofundamento do regime democrático brasilei­ro, e não só eleitoral. Demo­cracia no local de trabalho, na convivência diária, na luta por igualdade, na inclusão educa­cional, na saúde”, declarou o dirigente.

“O objetivo do evento foi a troca de experiências com a juventude”, lembrou ainda o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP). “Meu mandato é democrático, popular e o se­minário garantiu a oportuni­dade para os jovens pautarem novos rumos na cena política e econômica sob um processo de ampla discussão”, concluiu.

Da Redação.