Metalúrgicos do ABC dizem não à tentativa de golpe
Foto: Adonis Guerra
Os metalúrgicos do ABC participaram do ato em defesa da democracia, do desenvolvimento e do mandato da presidenta Dilma Rousseff na tarde de ontem, no Rio de Janeiro. Cerca de 20 ônibus saíram do ABC na madrugada de ontem para defender a soberania do voto popular e protestar contra a tentativa de golpe.
O ato destacou o documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, uma agenda positiva lançada em conjunto pelas centrais sindicais, entidades patronais e movimentos sociais no dia 3. O texto será entregue ainda este mês à presidenta Dilma.
“Que os trabalhadores saibam que os mesmos que estão propondo o impeachment são os mesmos que propõem a retirada de seus direitos. Por trás do impeachment existe a luta de classes”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante a plenária organizativa, em São Paulo.
“Tivemos, nos últimos anos, a ascensão da classe trabalhadora e do poder de compra. Os que propõem o impeachment são também os que votam leis contra as mulheres, os negros, as crianças e que colocam uma agenda retrógrada no Congresso”, alertou. “O impeachment interessa apenas aos reacionários. Eles construíram a corrupção por 500 anos. Não vai ter golpe e os trabalhadores vencerão”, prosseguiu.
De acordo com o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o discurso do impeachment ataca a democracia, o Estado de direito e desrespeita o voto popular que elegeu a presidenta para dar continuidadeao governo democrático-popular e ampliar as políticas públicas que favorecem os mais pobres.
“A democracia e a igualdade são valores muito importantes para nós, mas para haver distribuição de renda, alguns vão perder privilégios e é natural que isso incomodasse. Cabe a nós, forjados na luta pela democracia, defender esse valor tão caro”, convocou.
Sérgio Nobre afirmou que o primeiro passo é encerrar a crise política. “Chega de terceiro turno, a hora é de o Brasil retomar o crescimento. Há muito a se fazer e não aceitaremos imposições de um grupo que não respeita o resultado das eleições e que insiste em exterminar milhares de postos de trabalho, ao invés de propor saídas para o crescimento e desenvolvimento”, disse.
“É preciso uma bandeira única para impedir retrocessos. O golpe militar de 64 impediu o voto popular por mais de 20 anos e é um passado que não deve voltar nunca mais” concluiu.
Até o fechamento desta edição da Tribuna, o ato em defesa da democracia, com caminhada até a Cinelândia, ainda continuava.
No próximo dia 16, a mobilização da Central contra o impeachment será na Av. Paulista, em São Paulo, a partir das 17h, com caminhada até a Praça da República. A convocação é para todos os que defendem a democracia e a classe trabalhadora.
Da Redação.