“O ataque a nós vem das nossas virtudes”, analisa o deputado Paulo Teixeira
O deputado federal e vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (PT-SP), esteve na reunião do Conselho da Executiva do Sindicato na segunda-feira, dia 25, para fazer uma análise da conjuntura do País.
O parlamentar destacou ações pela retomada do crescimento econômico com inclusão social. Também ressaltou o papel decisivo do Sindicato para a história do Brasil desde o enfrentamento da ditadura militar.
Confira os principais trechos:
Transformações sociais do Brasil
Desde 2003, os brasileiros passaram a ter mais acesso a bens materiais, com melhora da alimentação e aumento da qualidade de vida como um todo. Grandes conquistas foram alcançadas em bens simbólicos, como o acesso à universidade pelos filhos dos trabalhadores em carreiras antes ‘fechadas’, como medicina e engenharia.
Crise no mundo
Após 14 anos de crescimento, há um refluxo na economia mundial, com início em 2009, nos Estados Unidos, e em 2014, na China, que tornou a renda ainda mais concentrada, com os ricos cada vez mais ricos. No sul da Europa, o que se verificou com a crise foi a perda de direitos.
Neste contexto, o Brasil teve a sua base exportadora diminuída pela perda da capacidade de compra desses países.
Ataque aos trabalhadores
Em 2015, o que se viu foi um ataque às conquistas dos trabalhadores por uma elite raivosa contra a presidenta Dilma Rousseff, muito semelhante ao que aconteceu com o Getúlio Vargas, entoando a máxima “Se disputar, não pode ganhar. Se ganhar, não toma posse. Se tomar posse, não governa. Se governar, parte para o impeachment.”
O ataque a nós vem das nossas virtudes.
A direita propaga muita informação equivocada pelas redes sociais e, ao contrário do que dizem, não é uma campanha espontânea, mas muito bem financiada com dinheiro no Brasil e mesmo nos Estados Unidos e Europa.
Essa raiva é estimulada com o discurso da alta do dólar, a inflação nos setores médios, com aumento nos valores dos serviços e a concorrência pelos espaços nas universidades, que antes eram ‘destinados’ aos filhos da elite e que hoje precisam ser disputados com alunos cotistas. Essa situação é mostrada no filme “Que horas ela volta?”, onde a filha da empregada doméstica pontua mais do que o filho da patroa no vestibular.
Pauta dos trabalhadores
O tema da Previdência, que tem sido debatido e é de grande relevância para os trabalhadores, deve ser pactuado com a CUT e demais centrais. Após conversa com o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, estou convencido que as mudanças têm que preservar os direitos adquiridos e valer apenas para quem está entrando no sistema.
Equívocos
Mesmo com todos os avanços sociais que aconteceram nestes 13 anos, três reformas fundamentais não foram realizadas: a Reforma Política, a Reforma Midiática e a Reforma Tributária.
• Reforma Política
Há uma degeneração do sistema político, principalmente por conta do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. O que foi resolvido, em parte, pela decisão do Supremo Tribunal Federal, o STF, de proibir a doação de recursos por pessoas jurídicas.
No entanto, as campanhas têm um custo e ainda falta definir quem pagará por isso sem que haja fraudes e que o processo possa ser mais transparente para toda a sociedade.
• Reforma Midiática
A imprensa comercial brasileira tem lado e opera contra essas mudanças sociais promovidas pelos governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma. O sucesso destas campanhas difamatórias pelos meios de comunicação foi limitado pelo grande potencial de comunicador do ex-presidente.
A reforma é necessária para a democratização dos meios de comunicação e a ampliação do marco regulatório. Diante desta concentração da informação nas mãos de pouco mais de meia dúzia de famílias, a TV dos Trabalhadores, a TVT, é um oásis para nós.
• Reforma Tributária
Existe uma distorção na tributação no Brasil, que afeta diretamente os trabalhadores: é o caso do Imposto de Renda, o IR. A forma com que a tabela incide sobre o trabalhador é desigual e incentiva a ‘pejotização’, ou seja, o companheiro se torna pessoa jurídica para pagar menos imposto. Além disso, há muitos tributos sobre produtos e nenhum sobre grandes fortunas e bens de luxo.
Da Redação.