Presidente analisa medidas anunciadas na retomada do Conselho

Foto: Adonis Guerra

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, analisou as medidas propostas pelo governo federal na primeira reunião da nova composição do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o CDES, realizada dia 28 de janeiro, em Brasília. O Conselho não se reunia desde junho de 2014.

Rafael tomou posse como re­presentante dos trabalhadores no CDES, que é presidido por Dilma Rousseff e coordenado pelo minis­tro da Casa Civil, Jaques Wagner. Ao todo são 92 representantes de trabalhadores, empresários, movimentos sociais, governo e sociedade civil.

O Conselho foi criado em 28 de maio de 2003, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para assesso­rar a Presidência da República na formulação de políticas e diretrizes específicas, além de apreciar pro­postas de políticas públicas, refor­mas estruturais e desenvolvimento econômico e social.

Confira a entrevista de Rafael:

Tribuna Metalúrgica – Qual a im­portância da participação dos Me­talúrgicos do ABC no Conselho?

Rafael – É um espaço impor­tante para quem quer que o Brasil avance. A nossa expectativa é levar a contribuição dos trabalhadores para que a geração de emprego seja um ponto essencial da pauta. É fazer uma ampla conversa com os conselheiros para reativar a nossa indústria nacional, que é fundamental para gerar emprego, renda e riqueza. O objetivo é levar propostas, dialogar e deixar clara a nossa posição de que um País justo e soberano é um País que cresce, distribui, inclui e preserva direitos.

TM – Quais temas devem ser discutidos com os 92 conselheiros?

Rafael – Queremos levar como contri­buição o Programa Nacional de Renovação da Frota de Veículos, que é uma medida que o País deve para a sociedade, que garantirá mais mercado e redução de poluentes.

Vamos propor que os incentivos à expor­tação sejam condensados em um Simples Exportação, por exemplo.

TM – O Conselho pode agilizar medidas para a retomada do crescimento econômico?

Rafael – Sim, se tivéssemos o Conselho funcionando no ano passado, por exemplo, talvez o PPE tivesse saído com mais facilidade do que o tempo que demorou para convencer todos os atores da sociedade de que é um programa positivo para enfrentar momentos de baixa na produção.

TM – Na reunião, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, apresentou a proposta de liberar R$ 17 bilhões do FGTS como ga­rantia para operações de crédito consignado. Qual a sua opinião?

Rafael – Sou favorável. O dinheiro do FGTS pertence ao trabalhador e é justo que ele seja usado como garantia de crédito. Especialmente os trabalhadores, com menos tempo de casa, não conseguem o consignado e ficam pagando juros indecentes em outras modalidades de crédito. Ao ter o FGTS como garantia, o trabalhador sai ganhando ao conseguir sair de uma dívida cara e entrar em uma dívida mais barata.

TM – O que acha de a previdên­cia ter sido tema do governo no Conselho?

Rafael – O Conselho não é o lugar correto para debater reforma da previdência. A dis­cussão tem que ser no Fórum de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social, constituído com as centrais sindicais, para ser debatido ao extremo para preservar quem está no mercado de trabalho hoje. Não aceitare­mos nada que reduza os direitos dos trabalhadores.

Da Redação.