“Vamos defender nossas conquistas”
(Foto: Adonis Guerra)
Para defender os direitos dos metalúrgicos do ABC, o Sindicato convoca toda a categoria para o ato “ABC pelo Em¬prego”, na via Anchieta, na próxima semana. O secretário-geral, Wagner Santana, o Wagnão, explicou as bandeiras de luta do ato em defesa do emprego; pela retomada do crescimento, com o Programa de Renovação da Frota; pela correção da tabela do imposto de renda; pela redução dos juros; contra a re-forma da previdência e contra a precarização do trabalho.
Confira abaixo os principais tópicos.
Tribuna Metalúrgica – Como será a parti¬cipação dos metalúrgicos do ABC no ato em defesa do emprego?
Wagnão – O emprego é o bem maior do trabalhador e não podemos permitir que a crise recaia somente sobre a categoria. A crise começou em outros países do mundo acom-panhada de uma ofensiva conservadora sobre as conquistas dos trabalhadores. A luta é na rua com toda garra e união dos companheiros para defender as conquistas trabalhistas.
TM – Quando os trabalhadores ocuparão a via Anchieta?
Wagnão – O ato será na próxima semana.
TM – Como retomar o crescimento econômico do País?
Wagnão – É urgente lutar por medidas que estimulem a economia e a indústria nacional, que é fundamental para gerar emprego, renda e riqueza. Vamos defender o País com a nossa cara, com crescimento, inclusão e preservação de direitos. Os metalúrgicos do ABC sempre foram propositivos em políticas públicas e vão continuar sendo.
TM – Qual a importância da Renovação da Frota para a retomada do crescimento?
Wagnão – O Programa Nacional de Renovação da Frota é urgente para o Brasil sair da crise e combater a baixa atividade econômica. A medida vai contribuir muito para o mercado do setor automotivo e, principalmente, o mercado de caminhões. Além do aspecto econômico, os custos com acidentes vão diminuir, o trânsito vai melhorar e haverá menos emissão de poluentes.
TM – Por que defender a redução da taxa de juros?
Wagnão – A alta taxa de juros vai contra o crescimento do Brasil. A política econômica não pode se sujeitar às pressões do mercado financeiro, da imprensa comercial e dos que ganham com grandes aplicações, e não com o trabalho.
No ano passado, o governo federal pagou mais de 500 bilhões de reais em juros, esse dinheiro poderia ter sido usado para financiar a produção da indústria e gerar empregos.
Os juros altos encarecem o crédito e isso vira um ciclo recessivo. O comércio não vende, a produção cai na indústria e quem sofre é o trabalhador.
TM – E a correção da tabela do Imposto de Renda?
Wagnão – Exigimos a correção da tabela do IR. Empresas e milionários sonegam e deixam de recolher impostos enquanto os trabalhadores têm desconto na folha de pagamento.
Outro exemplo é que o lucro dos empresários não incide no Imposto de Renda. Por isso, defendemos que também não haja desconto sobre a PLR (Participação de Lucros e Resultados) e o 13º salário dos trabalhadores.
TM – E qual o posicionamento sobre a reforma da previdência?
Wagnão – Somos contra qualquer proposta que vá contra os interesses da classe trabalhadora. Não aceitaremos idade mínima para aposentadorias e equiparação de regras para homens e mulheres.
Qualquer debate sobre o tema deve contar com ampla participação dos brasileiros e ser levado para o Fórum de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social, constituído com as centrais sindicais. Defendemos a Previdência Social para todos os trabalhadores.
TM – Por que a pauta da precarização retorna ao debate?
Wagnão – O Projeto de Lei 4.330 foi aprovado por 230 deputados federais em abril do ano passado, seguiu para análise no Senado com o nome de Projeto de Lei da Câmara, o PLC 30, e deve voltar à pauta. Somos totalmente contra este projeto que libera a terceirização de todas as atividades de uma empresa e precariza as relações de trabalho.
O trabalhador terceirizado tem salário menor, jornada maior, condições menos seguras de trabalho e maior rotatividade.
Com salário menor, o consumo, a produção e o desenvolvimento de todo o País são afetados, além de ameaçar as aposentadorias. Ou seja, o projeto acaba com o emprego e arranca os direitos.