Sindicato defende agenda pelo emprego no Conselho de Desenvolvimento

(Foto: Eduardo Aiache/Casa Civil)

Na primeira reunião de trabalho do Con­selho de Desenvol­vimento Econômico e Social da Presidência da República, o CDES, em Brasília, o pre­sidente do Sindicato, Rafael Marques, defendeu a cons­trução de consenso entre os setores da sociedade para o desenvolvimento do Brasil com geração de emprego e renda. A oficina de trabalho foi realizada no último dia 3 para discutir o planejamento do Conselho.

“Foi muito produtiva a primeira reunião de trabalho. Todos os conselheiros estão com a ambição de fazer o Brasil retomar o crescimento e deixar o País melhor”, afirmou Rafael.

Na reunião, os conselheiros foram divididos em grupos para debater temas prioritá­rios. “Meu grupo de trabalho, formado por empresários e sindicalistas, encerrou as ati­vidades do dia depois de mui­to debate. Não é fácil, em um grupo heterogêneo, chegar ao consenso, mas o importante é que todos estavam ali com espírito de ajudar e muita vontade de trabalhar”, contou.

Rafael defendeu uma forte articulação entre governo, trabalhadores e empresários. “É construir um projeto de desenvolvimento arrojado que fortaleça nossa jovem democracia, garanta os direitos sociais e mantenha a estabilidade econômica”, destacou.

“É preciso ter ousadia para enfrentar a crise e para que os trabalhadores, consumidores e setor produtivo também tenham voz nos centros de decisão do País”, explicou.

“Queremos impulsionar o crescimento da demanda. O trabalho gera renda, aumen­ta a produção, o consumo, a arrecadação do governo e, assim, a economia cresce. Essa é a economia do mundo real, do chão de fábrica, do mer­cadinho da esquina, da dona de casa e de todos que vivem da produção e do trabalho”, completou.

De acordo com Rafael, o papel do governo deve estar alinhado com esse mercado real. “É importante apoiar iniciativas, corrigir distorções, induzir investimentos, pro­mover os grandes acordos e regular as diversas atividades econômicas com o objetivo do bem comum e do desenvolvi­mento nacional”.

O presidente destacou ain­da a necessidade da manuten­ção da renda do trabalhador com políticas como a valori­zação do salário mínimo.

“É essencial e urgente via­bilizar uma política nacional consistente de renovação de frota por conta da baixa atividade econômica, que vai contribuir muito para o mer­cado do setor automotivo e o de caminhões”, exemplificou.

Segundo Rafael, o governo também precisa reduzir os gastos com juros. “As reservas internacionais do País pode­riam ser revertidas para redu­zir a dívida pública e viabilizar garantias para as empresas ampliarem seus negócios”, argumentou.

Outra proposta do Sin­dicato é a criação de uma instituição financeira voltada para a indústria, com atuação complementar à do BNDES, com foco na pequena e mé­dia empresa. A ideia é que cumpra papel semelhante ao do Banco do Brasil para o produtor rural e da Caixa Econômica Federal para a construção civil.

“O Conselho pode e deve ser o canal entre os trabalha­dores, a produção e o poder público do Brasil”, concluiu Rafael.

O Conselho

O CDES foi criado em maio de 2003, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ser um canal de diálogo entre o governo e a sociedade na de­finição dos grandes rumos do País. É presidido por Dilma Rousseff e coordenado pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

Os 92 conselheiros represen­tam trabalhadores, empre­sários, movimentos sociais, governo e sociedade civil. O presidente do Sindicato, Rafa­el Marques, tomou posse em 28 de janeiro como represen­tante dos trabalhadores.

Da Redação