“Querem devastar os direitos dos trabalhadores”

(Foto: Adonis Guerra)

O presidente do Sindicato, Ra­fael Marques, alertou para os riscos de retrocessos caso ocorra o impeachment/golpe contra a democracia, já que não existe crime de responsabilidade. Até o fechamento desta edição, o Senado definia a compo­sição da comissão especial que discutirá a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff após a aprovação pela Câmara dos Deputados.

“O PMDB divulgou em outubro de 2015 o documento com propostas que representam uma volta ao passado. Quem defende o golpe quer promo­ver uma verdadeira devastação nos direitos dos trabalhadores”, destacou. 

Entre as propostas estão a idade mínima para aposentadorias, pri­vatizações, diminuição ou fim dos programas sociais. Confira ao lado os trechos do documento conservador chamado “Uma Ponte para o Futuro”.

“Esse programa demonstra cla­ramente o interesse na retirada de direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora. No fim de semana, representantes do PMDB se reuniram com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e empresários que querem rasgar a CLT ao permitir a terceiriza­ção total”, afirmou.

“O golpe em curso é contra a democracia e representa o avanço da pauta empresarial no País. Não existem propostas de interesse dos trabalhadores”, prosseguiu.

De acordo com Rafael, a democracia é fundamental para que os trabalha­dores conquistem direitos. “É preciso muita unidade e capacidade para lutar por emprego, renda e medidas de retomada da economia. A luta dos metalúrgicos do ABC foi e continua sendo essencial na defesa dos traba­lhadores do Brasil. Vamos continuar firmes na luta”, concluiu.

Senado

A comissão especial será formada por 21 senadores titulares e o mesmo número de suplentes na comissão, que deverá ter a primeira reunião hoje.

Os senadores votam o parecer da comissão para confirmar ou não a decisão dos deputados de permitir a abertura do processo. Se aprovado por maioria simples (41 votos), a presidenta é afastada por até 180 dias, prazo de julgamento do processo do impeachment pelo Senado, e o vice, Michel Temer, assume a presidência interinamente.

Uma eventual condenação de­penderá do voto de dois terços dos senadores (54 votos de um total de 81). Se condenada, Dilma perde o mandato e fica inelegível por oito anos. Se absolvida, reassume o mandato imediatamente.

O GOLPE É CONTRA VOCÊ!

Confira os principais pontos do documento lançado em outubro do ano passado por políticos que querem o golpe.

PREVIDÊNCIA E RELAÇÃO TRABALHISTA

• Adoção da idade mínima para aposentadorias, que não seja infe­rior a 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres, com previ­são da idade mínima aumentar de­pendendo dos dados demográficos.

O plano considera que a Previ­dência Social gasta demais. A ideia é economizar recursos do governo com o objetivo de sobrar dinheiro para os empresários.

• Fim da indexação de qualquer benefício previdenciário ao valor do salário mínimo.

A proposta visa diminuir os salá­rios, anulando a regra atual de reajuste do salário mínimo.

PRIVATIZAÇÕES

• Retorno ao regime anterior de concessões na área de petróleo, tirando da Petrobras o direito de exclusividade.

Defende a entrega do Pré-Sal para a iniciativa privada. Fim do Regime de Partilha e o controle da Petrobras e do Pré-Sal.

PROGRAMAS SOCIAIS

• “Orçamento com base zero”, significa que a cada ano todos os programas estatais serão avaliados por um comitê independente, que poderá sugerir a continuação ou o fim do programa.

A consequência é diminuir ou acabar com programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pronatec, entre outros.

ORÇAMENTO

• Eliminação de vinculações or­çamentárias previstas na Cons­tituição, inclusive para saúde e educação.

Reduz os gastos sociais em assistên­cia, saúde e educação.

 

Da Redação