Trabalhadores na Karmann-Ghia ocupam a fábrica para garantir direitos
(Foto: Edu Guimarães)
Cerca de 200 trabalhadores na Karmann-Ghia, em São Bernardo, junto aos CSEs na empresa, iniciaram acampamento dentro da fábrica na manhã de sexta-feira, dia 13, para garantir os direitos dos companheiros. A decisão de ocupar a fábrica foi tomada a partir de parecer favorável obtido pela ex-diretoria da empresa na justiça.
“A luta é para assegurar que os trabalhadores não sejam prejudicados pelos gestores atuais ou futuros. Ficaremos mobilizados até que a justiça deixe claro qual a situação legal da empresa”, explicou o diretor do Sindicato, Carlos Caramelo, que acompanha as negociações.
O acampamento seguirá por tempo indeterminado até a solução das pendências para que possíveis interessados na compra da sistemista possam assumir. Há cerca de um mês, os proprietários iniciaram uma negociação com o grupo Gitan Incorporação e Construção para a venda.
“Inclusive esse grupo interessado já tinha feito contato com o CSE para discutir as formas de quitar as dívidas com os trabalhadores e o pagamento de salários e benefícios atrasados”, contou.
De acordo com o coordenador do CSE, Valter Saturnino Pereira, o Valtinho, o impasse jurídico entre os atuais e antigos donos colocou a negociação em suspenso.
“Ninguém sabe quem é o dono nem quem vai pagar as dívidas. Há um desgaste e falta de respeito da empresa com os trabalhadores ao atrasar salários e férias, retirar direitos, não cumprir promessas nem pagar as indenizações aos demitidos”, afirmou.
“Essa insegurança gerada deixa os companheiros em uma situação ainda mais difícil”, prosseguiu.
Valtinho destacou que os todos têm sofrido com sucessivos erros de administração em anos de má gestão. “Vamos pressionar para que haja uma solução. Estaremos firmes na luta”, disse.
SOLIDARIEDADE
No sábado, os companheiros acampados receberam a visita dos diretores executivos do Sindicato, Ana Nice Martins de Carvalho e José Paulo da Silva Nogueira, o Zé Paulo.
“É marca dos metalúrgicos do ABC a solidariedade na luta por direitos e empregos. A união e capacidade de resistência são fundamentais para avançar”, ressaltou Ana Nice.
Também visitaram os trabalhadores na Karmann- Ghia os CSEs na Volks, Toledo, Apis Delta e Arteb.