Pauta da Campanha Salarial é aprovada por metalúrgicos em São Bernardo
(Fotos: Adonis Guerra)
Em assembleia unificada, em frente à fábrica da Kostal, em São Bernardo, com a participação dos companheiros na Selco, Arteb, ZF, Samot, Panex, Mahle, Rassini e Proxyon, os trabalhadores aprovaram por unanimidade a pauta da Campanha Salarial, na manhã de ontem.
Com o tema “Sem pato, sem golpe, por mais empregos e direitos”, a pauta da Campanha tem cinco itens: não à terceirização e à perda de direitos; estabilidade e geração de empregos; reposição integral da inflação mais aumento real, valorização dos pisos e jornada semanal de 40 horas.
O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, afirmou que a atual situação econômica e política do País foi agravada pela classe empresarial e que as mobilizações nas portas das fábricas serão um alerta. “Esse golpe teve o financiamento do empresariado e estamos fazendo assembleias nas portas das fábricas para dar o recado aos patrões e aos negociadores deles de que estaremos atentos na defesa dos direitos econômicos e sociais que temos na convenção e na CLT”, ressaltou o presidente.
Apesar do difícil cenário econômico, Rafael lembrou que já há sinais de recuperação em alguns setores do mercado. “As exportações estão aumentando, isso gera mais oportunidades”, destacou
“A Scania já ampliou as vendas para a Europa, agora estamos cobrando da Ford e da Mercedes que invistam nas exportações. Tudo isso somado gera um ambiente melhor do ponto de vista econômico e é possível que, daqui até setembro, essas perspectivas ajudem no processo de negociação”, acrescentou.
Para ele, o Sindicato tem que lutar pelo Programa de Renovação da Frota de Caminhões, que pode alavancar o setor automotivo e contribuir com a recuperação do mercado, e pela queda nos juros, que no patamar atual beneficia apenas o sistema financeiro e massacra a produção e o valor dos salários.
O coordenador de São Bernardo, Nelsi Rodrigues, o Morcegão, reforçou a importância da reposição salarial, um dos eixos da Campanha. “Nós queremos a reposição no salário dos trabalhadores, pois houve uma perda muito grande durante o último ano. Estamos discutindo uma Campanha Salarial para repor uma inflação que já comeu nossos salários”.
“Precisamos estar organizados para dar um basta contra esse projeto de terceirização, que vai retirar a condição mínima de trabalho”, defendeu o diretor sobre outro item da pauta.
A secretária da Mulher da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FE-M-CUT, Andrea de Sousa, a Nega, destacou a necessidade de a categoria estar mobilizada. “O que nos empodera na mesa de negociação é a mobilização das companheiras e companheiros, essa unidade entre nós é o que nos fortalece”.
“Muitos acham que o aumento é algo natural, mas não é assim que funciona, existe todo um processo. Nós já passamos por quatro plenárias pelo Estado de São Paulo, discutindo a Campanha e estamos dialogando com os trabalhadores”, explicou. A FEM-CUT recebe até a próxima segunda-feira, dia 4, sugestões e contribuições referentes às cláusulas sociais para incluir na pauta da Campanha Salarial deste ano. Os trabalhadores em montadoras já têm acordos, com garantias de investimentos, mas participam da luta solidariamente.
Da Redação