Lei Maria da Penha completa 10 anos ameaçada

(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABR)

A Lei 11.340/2006 de pro­teção à mulher vítima de vio­lência, batizada com o nome da brasileira que lutou para que o ex-marido fosse punido após agressões que a deixaram paraplégica, fez 10 anos no último domingo e, apesar dos avanços, os números ainda assustam.

Segundo o último estudo divulgado, a Lei Maria da Penha contribuiu para a re­dução de 10% no número de homicídios domésticos, desde que foi criada. Mas o Brasil ainda ocupa a 5ª posição em ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas, a ONU.

Os dados mais recentes regis­tram mais de 1,5 mil assassi­natos, em 2013. Em relação às mulheres negras, o quadro é ainda mais alarmante, com aumento de 54,2% nas mortes, mil a mais em 10 anos. Em contraposição, houve recuo de 9,8% nos crimes envolvendo mulheres brancas.

Pelo menos 64 projetos estão em tramitação no Con­gresso Nacional para alterar a legislação. Entre as propostas estão algumas com pontos polêmicos, como a ampliação das ações de autoridades poli­ciais na concessão de medidas protetivas, o que segundo os movimentos de defesa das mu­lheres daria atribuição excessi­va para agentes despreparados.

“Em um momento de re­trocessos e ameaças de reti­radas de direitos, precisamos estar atentas às mudanças propostas para a Lei. Esta foi um conquista extremamente importante que precisa ser ampliada e fiscalizada cons­tantemente”, ressaltou a co­ordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ramos (destaque). 

Da Redação