Ministro do Trabalho vem à Sede discutir situação na Mercedes

(Foto: Adonis Guerra)

Na manhã da última sexta-feira, dia 19, a Diretoria Executiva do Sindicato recebeu o ministro interino do Trabalho, Ronaldo Nogueira, para uma conversa sobre a situação dos trabalhadores na Mercedes e a crise no setor automotivo.

Para o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, a aproximação ajuda a fortalecer o processo de resistência. “Evidentemente que conseguir mobilizar o ministro, nesta conjuntura, fortalece o processo da resistência que o Sindicato está promovendo para encontrar uma alternativa na Mercedes para que não se demita. O gesto do ministro de vir aqui e se comprometer a entrar em contato com a empresa é muito positivo para as próximas negociações”.

“Isso deixa a Mercedes em uma condição de ter que pen­sar melhor se não é o caso de ouvir o que os trabalhadores e o Sindicato têm a dizer. É possível achar um acordo estruturado que seja uma alternativa ao ex­cedente. Conseguimos acordos na Ford e na Volks, por que não vamos conseguir na Merce­des?”, indagou o presidente.

O ministro se comprometeu a conversar com representantes da empresa e rediscutir o Pro­grama de Proteção ao Emprego, o PPE.

“Nós vamos dialogar com as empresas, pretendemos apri­morar, rediscutir o PPE, para que o programa possa ser mais abrangente e, se possível for, aprimorar a participação nos investimentos para assegurar o trabalhador no emprego, principalmente neste período de crise mais aguda”, afirmou Nogueira.

Durante a conversa, ele contou que o Ministério estu­da a proposta do Sindicato de ampliação da participação do Fundo de Amparo ao Traba­lhador, o FAT, no PPE.

“A participação do FAT hoje é de 50%, na redução estabelecida pelos acordos do PPE. Estamos pleiteando que essa participação possa chegar a 75%, o que nos permitiria negociar reduções maiores de jornada, sem prejuízo ao salário do trabalhador e à empresa”, explicou o presidente.

“Com essa sinalização, vamos insistir para a construção de um acordo estruturado na Mercedes, como o que foi rea­lizado com outras montadoras, utilizando os instrumentos que já existem como PPE, layoff, PDV. Temos certeza de que há caminho”, concluiu Rafael.

Da Redação