Trabalhadores na ABR em defesa dos direitos
(Foto: Adonis Guerra)
Os trabalhadores na ABR, em São Bernardo, estão mobilizados em vigília desde quarta-feira, dia 24, em defesa dos direitos e da construção de uma proposta negociada.
A autopeças divulgou a transferência da fábrica para Hortolândia, a 170 km da cidade, sem consultar os trabalhadores. Ao receberem a proposta de mudança, prevista para novembro, os metalúrgicos paralisaram as atividades na empresa.
(Foto: Adonis Guerra)
“A fábrica não ofereceu garantias suficientes nem condições de segurança no emprego para que os trabalhadores aceitem mudar de município. Estamos abertos ao diálogo para avançar na construção de um acordo que melhore a proposta apresentada”, afirmou o coordenador de São Bernardo, Nelsi Rodrigues, o Morcegão.
A área administrativa foi transferida para o escritório de São Paulo e a situação dos cerca de 60 trabalhadores na produção não foi negociada.
“A empresa negava que mudaria para o interior e agora veio com uma proposta sem oferecer nenhuma estabilidade ou estrutura. É preciso ter condições para que cada trabalhador faça a sua escolha”, disse.
Há 16 anos na estamparia, a CSE Sueli Vieira Crispin, contou que a situação na fábrica vem piorando a cada dia. “É um descaso com a gente. A empresa não tem mostrado respeito com os trabalhadores e já tirou o ônibus fretado e restaurante neste ano. Como ela vai manter o transporte até Hortolândia como consta na proposta?”, questionou.
Sueli e cerca de 20 trabalhadores passaram a noite na fábrica de quarta para quinta-feira para defender seus direitos. “Moro em Diadema com meus dois filhos e comecei a trabalhar aqui quando o caçula, de 17 anos, tinha um ano. Queremos respeito e a negociação de um acordo”, destacou.
Já Maria Silvana de Souza Santos, há 14 anos na estamparia, mora a 10 minutos a pé da fábrica. “Minha vida está aqui. Meu marido, meu filho que trabalha, estuda e está se programando para casar e a minha filha estuda em São Bernardo. Quando a empresa precisou, fizemos hora extra. O mínimo que a direção deveria fazer é agir com decência”, reclamou.
(Foto: Adonis Guerra)
(Foto: Adonis Guerra)
Trabalhador no setor da borracha há quase dois anos, José Paulo Moreira ressaltou a falta de humanidade da chefia. “Nenhum ser humano deveria fazer isso com o outro. Eles não estão se preocupando com o convívio familiar. Minha família inteira mora em São Bernardo, meus pais, sogros, filhos e netos”, disse.
O coordenador de área, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, destacou a importância do apoio à luta dos companheiros na ABR. “Os CSEs de outras fábricas compareceram para fortalecer o movimento e o Sindicato seguirá com todo o suporte necessário. A união e organização são fundamentais para conquistar um acordo”, completou.
Da Redação