“Tenho convicção que o País pode ser melhor”

a tarde de ontem, no hotel Jaraguá, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a “declaração de um cidadão indig¬nado” em resposta à coletiva de imprensa da operação Lava Jato anteontem. Lula afirmou que pouca gente tem a vida mais pública e mais fiscalizada do que a dele desde os tempos de dirigente sindical dos Me¬talúrgicos do ABC. 
“Eu não esqueço nunca que na greve de 79 o Mu¬rilo Macedo fez intervenção no Sindicato e resolveu investigar a contabilidade achando que estávamos fazendo coisa errada. A conclusão da investigação é que ele utilizou a metodologia do Sindicato para ser modelo de administração sindical neste País”, contou. 
Lula lembrou o que aprendeu em seus mandatos na presidência dos Metalúrgicos do ABC. “Quando fui presidente do Sindicato, a primeira atitude que tomei foi convocar assembleia e decidir que nenhum presi¬dente poderia ser candidato por mais de duas vezes. Isso prevalece hoje em muitas instituições porque acho que a renovação e alternância de poder fazem muito bem à democracia”, defendeu. 

(Foto: Adonis Guerra)

Na tarde de ontem, no hotel Jaraguá, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a “declaração de um cidadão indignado” em resposta à coletiva de imprensa da operação Lava Jato anteontem. Lula afirmou que pouca gente tem a vida mais pública e mais fiscalizada do que a dele desde os tempos de dirigente sindical dos Metalúrgicos do ABC. 

“Eu não esqueço nunca que na greve de 79 o Murilo Macedo fez intervenção no Sindicato e resolveu investigar a contabilidade achando que estávamos fazendo coisa errada. A conclusão da investigação é que ele utilizou a metodologia do Sindicato para ser modelo de administração sindical neste País”, contou. Macedo era o ministro do Trabalho na época e determinou intervenção federal no Sindicato. 

Lula lembrou o que aprendeu em seus mandatos na presidência dos Metalúrgicos do ABC. “Quando fui presidente do Sindicato, a primeira atitude que tomei foi convocar assembleia e decidir que nenhum presidente poderia ser candidato por mais de duas vezes. Isso prevalece hoje em muitas instituições porque acho que a renovação e alternância de poder fazem muito bem à democracia”, defendeu. 

O ex-presidente afirmou que inventaram uma mentira e a tornaram verdade aos olhos da opinião pública. 

“Descobri que tanto meus acusadores como parte da imprensa brasileira estão mais enrascados do que disseram que eu estava. Não existe explicação para o espetáculo de pirotecnia que fizeram ontem (anteontem)”, disse. “Eu não conheço aqueles meninos (procuradores), mas certamente, pela educação que tive, eu respeitaria mais a família deles do que eles respeitaram a minha”, prosseguiu. 

“Sobre mim eles disseram que não têm provas, mas têm convicção. É ao contrário daquela história em que acharam o helicóptero. Tinham a prova, acharam o helicóptero, acharam os 400 quilos de cocaína, mas não tinham convicção”, comparou. 

Ele lembrou quem criou o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação. “Não é que somos mais honestos que ninguém. É que nós tiramos da sala o tapete que escondia a corrupção neste País. Vale para o PT e para qualquer outro partido. Ninguém está acima da lei. Nem o ex-presidente, nem o procurador-geral, nem o ministro da Suprema Corte”, disse. 

“Me dedicaram um apartamento que não tenho, uma chácara que não é minha. Disseram que sou o ‘comandante máximo’ de um esquema corrupção. Eu tenho a convicção de que quem mentiu está numa enrascada”, afirmou. 

“Se tem uma coisa que eles têm que aprender é que conquistei o direito de andar de cabeça erguida neste País. Provem uma corrupção minha que irei a pé para ser preso”, desafiou. “Querem me investigar, me investiguem. Só quero que sejam verdadeiros comigo, que respeitem a dona Marisa”, defendeu. 

“A minha convicção é que este País pode ser melhor, pode resolver os problemas. Tenho convicção de que é possível e tenho prova porque participei da maior inclusão social deste País”, contou. 

“Eu não tenho tempo de parar. O País que eu sonho ainda está longe. Quando tem razão e motivação, não há tempo para canseira”, concluiu.

 

Metalúrgicos do ABC prestam solidariedade ao companheiro Lula

 

“O momento grave como este, no qual as estruturas sociais e as leis não estão sendo devidamente respeitadas é o que justifica o ataque feito por procuradores do Ministério Público Federal em relação ao ex-presidente Lula. 

Sem convicção e parecendo um ato de desespero, eles fazem um espetáculo na mídia tentando continuar enganando a população brasileira e dividir os trabalhadores. Em oito anos, o presidente promoveu no Brasil inclusão social, distribuição de renda, aumento de salários, educação e saúde com mais oportunidades, uma inserção do Brasil no mundo com muito mais soberania e independência. 

Lula não pode perder o apoio dos milhões de trabalhadores brasileiros. Lula continuará sendo importante nas nossas vidas para que nossa defesa por direitos, condições dignas de trabalho e salários continue.

É maldade o que estão fazendo com o ex-presidente e, no mínimo, vingança de classe e de setores do obscurantismo do Estado e da elite brasileira que querem tirar do companheiro Lula a condição de ser candidato em 2018 e de continuar sendo uma pessoa que inspira os trabalhadores do Brasil.

Nós vamos continuar defendendo salários, emprego, condições de trabalho, lutando contra demissões na categoria, na Campanha Salarial e que possamos continuar de cabeça erguida e em pé.

Mas também vamos defender o legado de uma pessoa que presidiu nosso Sindicato, que fundou um partido político identificado com a causa dos trabalhadores e continua sendo muito ligado à nossa história, a história dos operários e do povo mais pobre do Brasil. Não podemos vacilar, essa gente não pode vencer e só com muita luta e unidade nossa venceremos.”

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC