Sindicato mantém unidade para conquistar reajuste

(Foto: Edu Guimarães)

Os representantes dos sindicatos que compõem a base da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FE­M-CUT, se reuniram na sede da Federação na manhã de ontem para decidir os rumos da Campanha Salarial 2016.

Após diversas rodadas de negociação com as bancadas patronais, sem chegar a um índice de reajuste conside­rado satisfatório, a decisão foi de rejeitar as propostas feitas até o momento por todos os grupos e pressionar o empresariado para garantir as conquistas.

Um estudo apresentado pelo Dieese apontou que em 2016, das 27 negociações de metalúrgicos no Brasil, três foram abaixo da inflação, 16 iguais e oito obtiveram aumento real.

O presidente dos Metalúrgi­cos do ABC, Rafael Marques, destacou a necessidade de mobilização da categoria. “A recomendação é intensificar as mobilizações, paralisações e greves, principalmente nas empresas vinculadas ao Sin­dipeças que está muito resis­tente, no grupo 8 que ainda não apresentou uma propos­ta minimamente decente, e também no grupo 10, com o qual as negociações estão muito difíceis”.

(Foto: Edu Guimarães)

“Além de fazer uma luta em toda a categoria, os me­talúrgicos em todo o Estado de São Paulo vão intensificar as mobilizações para que nós tenhamos finalmente um reajuste decente e a nossa convenção coletiva assegu­rada. A luta vai aumentar a temperatura também”, des­tacou o presidente.

Os grupos 3, 8 e 10 já foram notificados com o aviso de greve. “Para os demais grupos que apresentaram alguma proposta próxima ao INPC, vamos conversar até o final desta semana e estabelecer um limite até a próxima segunda, dia 3, caso eles não se movimen­tem, entregaremos também o aviso de greve”, completou o presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

“Foram meses intensos de negociação, debates sobre as cláusulas sociais e por fim, discussão sobre o reajuste salarial dos trabalhadores e trabalhadoras. O discurso da bancada patronal já era o esperado: ‘não é possível avançar devido à crise’. Em alguns grupos isso foi mais grave, dificultam, inclusive, avanços nas cláusulas so­ciais”, relembrou Luizão.

“A nossa resposta deve ser à altura das provocações. Sabemos que só com muita luta podemos reverter este cenário, portanto, a orienta­ção da FEM-CUT é aumen­tar a mobilização com rea­lização de atos, assembleias e paralisações nas empresas desses grupos”, finalizou.

A Campanha Salarial 2016 tem como tema “Sem pato, sem golpe, por mais empre­gos e direitos”. A pauta tem cinco itens principais: não à terceirização e à perda de direitos; estabilidade e gera­ção de empregos; reposição integral da inflação mais aumento real, valorização dos pisos e jornada semanal de 40 horas.

A data-base é 1º de se­tembro e estão em campanha 202.213 trabalhadores na base da FEM-CUT no Esta­do de São Paulo.

Da Redação