Editorial

2016 é um ano histórico para o Brasil. Vivemos uma conjunção de crises: a crise política, a econômica e a crise ética. Os resultados disso não têm sido nada bons para os trabalhadores.

A presidenta da República eleita democraticamente foi impedida de continuar seu governo e o presidente que assumiu o lugar ameaça os traba­lhadores com projetos que estavam congelados na pauta brasileira, como a reforma trabalhista e previdenciária.

Esse governo ilegítimo está ainda impondo um teto de gastos, onde quem pagará a conta são aqueles que mais precisam dos investimentos públicos em educação, saúde e mo­bilidade.

É nesta conjuntura difícil que as eleições municipais acontecem, em um cenário de futuro muito incerto para toda a sociedade.

Entre os projetos ameaçados na esfera local, o metrô do ABC, que chegaria em 2018, ficou cada vez mais distante de se tornar realidade. Isso prejudica diretamente os traba­lhadores, que precisam se locomover quilômetros para trabalhar.

E este é apenas um exemplo do que este momento de turbulência pode afetar na vida dos companheiros.

A eleição municipal está inserida em um contexto nacional que vai influenciar os eleitos de agora até o final dos mandatos. Essa conjuntura adversa estará presente no resultado desses novos eleitos e os governos serão atingidos por essa conjuntura, infelizmente. Portanto, os trabalha­dores precisam ter claro por onde queremos seguir. Que caminhos queremos trilhar.

Não temos dúvida que os melho­res projetos são aqueles que ampliam a participação popular, que respeitam a soberania popular, que entendem a necessidade do País e das suas cidades continuarem incluindo e aumentan­do essa participação democrática, radicalizando a democracia.

Neste contexto, as candidaturas populares e democráticas são a única alternativa para a classe trabalhadora. Por isso, os candidatos populares têm sido massacrados pela mídia comer­cial e os partidos de esquerda, que re­presentam esse campo democrático, têm sofrido ataques com o objetivo de impor dificuldades eleitorais.

Os trabalhadores precisam estar atentos em cada uma das cidades que têm uma candidatura desse campo progressista. Candidaturas que têm na inclusão, na distribuição de renda, na soberania popular e na luta social a sua raiz.

Os trabalhadores têm que estar muito atentos porque esse domingo não será um domingo qualquer. Dia 2 de outubro será o dia de decidirmos sobre o futuro do lugar onde a gente quer viver.

Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC