Justiça decreta a falência da Karmann-Ghia
(Foto: Edu Guimarães)
A pedido do Sindicato, a justiça decretou ontem a falência da Karmann-Ghia, em São Bernardo, por abandono de patrimônio. Na manhã de hoje, haverá assembleia com os companheiros na fábrica para decidir os próximos passos da mobilização que teve início em 13 de maio.
“É um importante resultado para garantir os direitos dos trabalhadores, que estão há quase um ano sem salários, e preservar o patrimônio da fábrica. Foram anos de má gestão da empresa com sucessivos atrasos de pagamentos e descumprimento de acordos”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
O pedido de falência foi feito pelo Sindicato após aprovação dos companheiros em assembleia no dia 27 de junho. Com a falência decretada, foi nomeado o administrador judicial. Em seguida, haverá a lacração da fábrica e a avaliação de bens que poderão ser vendidos para o pagamento dos credores, sendo os trabalhadores os primeiros.
(Foto: Adonis Guerra)
“A decisão retira os antigos sócios do comando da empresa. A luta e a união dos trabalhadores foram fundamentais para chegar até este resultado”, destacou. “Vamos pedir agilidade da justiça e ir para cima dos bens dos sócios da fábrica para assegurar os direitos”, continuou.
A Karmann-Ghia foi ocupada pelos trabalhadores em 13 de maio, quando até a energia elétrica estava cortada por falta de pagamento. Na época, um parecer da justiça favorável aos antigos proprietários gerou um impasse em relação ao real dono da autopeças.
“Não podemos esquecer que muitas famílias estavam apreensivas no processo de ocupação sem saber se receberiam seus direitos. São companheiros que dedicaram uma vida de trabalho para a fábrica e merecem respeito acima de tudo”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato, Carlos Caramelo.
A ocupação tem o objetivo de preservar o maquinário da empresa como garantia de pagamento dos direitos aos metalúrgicos. “Foi um intenso processo de luta que cumpriu esse papel”, disse.
O dirigente ressaltou que os Metalúrgicos do ABC vão continuar a prestar apoio aos companheiros.
“A decisão da falência não é o término, é mais um passo do processo. Por isso, as ações de solidariedade também vão continuar firmes e são essenciais para apoiar a luta dos trabalhadores na Karmann-Ghia”, concluiu.
Da Redação