M. Shimizu chega a São Bernardo com investimento na indústria nacional
(Foto: Adonis Guerra)
Ao investir em produção nacional, a empresa M.Shimizu prepara a sua mudança de São Paulo para o terreno de 46 mil m² onde ficava a Magneti Marelli, em São Bernardo. A fábrica atualmente fica na Avenida Santo Amaro e se expandiu com a produção do primeiro sistema de aperto eletrônico brasileiro até ocupar dez sobrados no entorno.
“É importante a lógica e a consciência de desenvolver a indústria nacional e, a partir disso, o Brasil ter uma indústria competitiva que gera empregos de qualidade e melhor remuneração”, afirmou o diretor de Organização do Sindicato, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, que visitou a empresa em São Paulo na quinta-feira, dia 24.
“Os metalúrgicos do ABC defendem o conteúdo local nos grandes projetos do País para gerar empregos aqui. Os empresários também tem que fazer a parte deles para fortalecer a indústria brasileira e desenvolver a tecnologia nacional, não é só esperar subsídio do governo”, ressaltou.
(Foto: Adonis Guerra)
O presidente da empresa, Mitsuru Shimizu, contou que seus concorrentes são de outros países. “As empresas de fora compram aço brasileiro por tonelada e vendem o produto de volta por grama. Não pode ser assim, temos que ter valor agregado nos produtos produzidos aqui no Brasil”, defendeu.
“Tudo era importado antes e conseguimos produzir aqui, desde o software que vai na máquina até chegar ao produto final”, continuou.
O empresário também investe no modelo de indústria 4.0, que utiliza a aplicação de tecnologia avançada busca por melhorias nos processos de produção.
São 150 trabalhadores e a expectativa é aumentar as vagas nos próximos anos.
A vinda da empresa para São Bernardo teve a intervenção do Sindicato. O primeiro contato foi durante uma negociação de PLR e plano de carreira com o CSE na Mercedes, em São Bernardo, e coordenador da Comissão de Metalúrgicos do ABC com Deficiência, Sebastião Ismael de Sousa, o Cabelo, já que a M.Shimizu presta serviços para a montadora.
(Foto: Adonis Guerra)
“Soube que a fábrica tinha projeto de lançar a máquina nacional e precisaria de um local maior. Vimos que é a inovação que o Brasil precisa, apresentamos ao presidente do Sindicato, Rafael Marques, que levou ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho”, relembrou Cabelo.
Shimizu contou que havia um ‘terrorismo’ para não ir ao ABC. “O Sindicato conquistou a confiança e tirou a imagem que eu tinha de sindicalismo. O local é estratégico, próximo das montadoras que atendemos e das universidades do ABC”, disse. “Quero investir em inovação e desenvolver projetos de nacionalização de equipamentos e melhoria de processos em conjunto com universidades”, concluiu.
Da Redação