“Vamos lutar pelos nossos direitos nas ruas”

(Foto: Adonis Guerra)

Os Metalúrgicos do ABC alertam toda a categoria sobre a ameaça contra a classe trabalhadora com a proposta de reforma da Previdência apresentada ontem.

“A reforma que o governo Michel Temer apresentou ao Congresso Nacional é inaceitável. Ela quer tirar recursos dos 90% mais pobres para proteger os recursos dos 10% mais ricos”, destacou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.

Rafael explicou que a proposta parte de uma premissa errada. “Esta é uma reforma injusta, que não mexe, por exemplo, com as super aposentadorias do judiciário, do ministério público, com as pensões vitalícias a parentes de militares entre outros”, ressaltou.

“A proposta mexe sim, e muito, com quem trabalha desde cedo e muitas vezes em condições insalubres”, continuou.

O presidente citou que o déficit calculado pelo governo leva em conta regimes especiais como o do setor rural. “É um benefício assistencial que a sociedade, em 1988, pactuou ao assegurar aposentadoria aos que começaram a trabalhar nos anos 40, sem registro na carteira e em condições de semiescravidão”, disse.

Também deu o exemplo de um metalúrgico hoje com 40 anos que contribuiu durante 20 anos. “Pela proposta apresentada, terá de trabalhar mais 25 anos para receber 96% do que receberia se fosse aposentado hoje sem o fator. Nós vamos à luta e não aceitaremos que mexam nos direitos dos trabalhadores”, convocou.

O presidente da CUT, Vager Freitas, afirmou que a proposta é uma atrocidade contra o trabalhador brasileiro. “O filho do pobre começa a trabalhar com 14 anos e o filho de quem tem mais condição começa a trabalhar depois da faculdade. O Temer acha que é a mesma coisa”, disse.

O dirigente também advertiu que a medida iguala o tempo de homens e mulheres. “Desconhece que as mulheres trabalham a mesma coisa, ganham menos, tem a questão da dupla jornada e na hora da aposentadoria têm esse ‘presente’ do Temer. Não concordamos de jeito nenhum”, argumentou.

Outra questão é que existem regiões no Brasil onde a expectativa de vida é menor do que 65 anos. “Então o trabalhador vai morrer antes de se aposentar. Não tem lógica nenhuma, é uma medida de quem não gosta do trabalhador, não entende o mercado de trabalho e não sabe o quanto isso vai ser ruim para o Brasil”, concluiu.

Gasto com aposentadoria de juízes que cometeram crimes chega a R$ 16,4 milhões

A preocupação do governo federal em cortar
gastos não atinge a
todos. Juízes que cometem
crimes são “punidos”
com aposentadoria
compulsória, ou seja,
são obrigados a se aposentar.
A média salarial anual de um juiz ou desembargador
condenado varia de R$ 237 mil a R$
329 mil. Considerando o período de um ano, o
governo gasta o valor bruto de R$ 16,4 milhões
com aposentadorias de 48 juízes nessa condição.
Magistrados foram aposentados acusados
de crimes como: venda de sentenças para beneficiar
empresários, relações pessoais com
traficantes e até assédio sexual à servidora.
Em outubro, o Conselho Nacional de Justiça
decidiu “punir” a juíza Clarice Maria de Andrade
(foto) com a aposentadoria compulsória por
manter uma adolescente de 15 anos presa por
26 dias em uma cela masculina com cerca de 30
homens, na delegacia de polícia de Abaetetuba,
no Pará.

A preocupação do governo federal em cortar gastos não atinge a todos. Juízes que cometem crimes são “punidos” com aposentadoria compulsória, ou seja, são obrigados a se aposentar.

A média salarial anual de um juiz ou desembargador condenado varia de R$ 237 mil a R$ 329 mil. Considerando o período de um ano, o governo gasta o valor bruto de R$ 16,4 milhões com aposentadorias de 48 juízes nessa condição.

Magistrados foram aposentados acusados de crimes como: venda de sentenças para beneficiar empresários, relações pessoais com traficantes e até assédio sexual à servidora.

Em outubro, o Conselho Nacional de Justiça decidiu “punir” a juíza Clarice Maria de Andrade (foto) com a aposentadoria compulsória por manter uma adolescente de 15 anos presa por 26 dias em uma cela masculina com cerca de 30 homens, na delegacia de polícia de Abaetetuba, no Pará.

Da Redação