12 mil metalúrgicos do ABC protestam na Anchieta contra reforma da Previdência
(Foto: Adonis Guerra)
Cerca de 12 mil metalúrgicos do ABC ocuparam a Via Anchieta, em São Bernardo, na manhã de sexta-feira, dia 9, e aprovaram a disposição de luta no ato contra a reforma da Previdência proposta pelo governo federal.
“Com essa proposta não tem discussão, tem luta. Não vai ter arrego e queremos que o Michel Temer retire o texto”, afirmou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
“O Brasil tem que se contagiar com essa mobilização dos metalúrgicos do ABC. O caminho é ocupar as ruas”, disse.
Os companheiros saíram das respectivas fábricas até o KM 18, onde foi a concentração do ato. Os trabalhadores na Ford, Mercedes, Mahle, Rassini e Selco se encontraram com o pessoal na Toyota, Arteb, ZF, Samot, Magna Cosma e, em seguida, chegaram os metalúrgicos na Volks e Panex para a assembleia conjunta.
O presidente do Sindicato deu o exemplo do Chile, que privatizou a previdência social nos anos 90. “Criaram um baita problema social para pessoas acima de 50 anos, especialmente operários. Hoje os idosos naquele país são trabalhadores abandonados e isso nós não queremos para o Brasil”, explicou.
Rafael destacou que o apoio da imprensa comercial, do empresariado e da elite à proposta da reforma da Previdência tem a ver com quem tem dinheiro para pagar uma previdência privada.
“Esses vão colocar bastante dinheiro por mês e se aposentar com uma boa renda quando tiver o contrato de previdência privada resgatado”, ressaltou. “Quem não precisa quer acabar com a previdência pública”, alertou.
“É com garra que nós vamos resistir para que respeitem os trabalhadores. Nós temos a cabeça erguida e vamos lutar dignamente pelos nossos direitos”, concluiu.
A proposta de reforma da Previdência está em análise na Câmara dos Deputados. A Comissão de Constituição e Justiça iniciou ontem a leitura e discussão do parecer favorável elaborado pelo relator Alceu Moreira (PMDB-RS), o deputado é o mesmo que chamou os aposentados de ‘vagabundos remunerados’, na tribuna da Câmara Federal. Depois uma comissão especial discutirá o conteúdo para então ser votada em plenário. Se aprovada, a proposta segue para o Senado.
(Foto: Adonis Guerra)
(Foto:Edu Guimarães)
(Foto: Adonis Guerra)
(Foto: Andréa Iseki)
Da Redação