Companheiros voluntários catalogam 20 mil fichas de trabalhadores na Fris Moldu Car

(Foto: Adonis Guerra)

A partir do ano que vem, trabalhadores na antiga Fris Moldu Car, que precisarem comprovar o tempo de trabalho para efeito da aposentadoria, poderão buscar informações no Sindicato. Isso só será possível graças a uma equipe formada por três dedicados companheiros com o apoio dos Metalúrgicos do ABC.

Edison Ferreira da Costa, hoje representante do comitê dos credores, Damião Ferreira Nunes, ex-CSE e Argemiro Batista da Silva, o Mirão, es¬tão catalogando todas as fichas de trabalhadores, que foram abandonadas pela Fris em uma sala cedida pelo Sindicato.

“Para ficar mais fácil a solicitação do Perfil Psicográfico Previdenciário, o PPP, e a própria confecção deles, nós recolhemos tudo o que achamos dentro da fábrica. Encontramos várias fichas jogadas pela empresa, sem fotografias e até no banheiro”, contou Edison.

As fichas estão sendo separadas por ordem alfabética. Hoje quase 17 mil estão identificadas, em um trabalho que já tem dois meses. Edison estima que ainda haja cerca de três mil para serem identificadas. Após a conclusão da catalogação, elas ficarão um ano sob a guarda do Sindicato.

“Nestes casos é comum o trabalhador sair per­dendo porque não consegue a documentação. Mas com a catalogação que estamos fazendo, ele poderá provar sua atividade na Fris Moldu Car”, reforçou Argemiro.

“Nestes casos é comum o trabalhador sair per­dendo porque não consegue a documentação. Mas com a catalogação que estamos fazendo, ele poderá provar sua atividade na Fris Moldu Car”, reforçou Argemiro. 

Histórico

A decretação da falência da empresa foi dada em 2013, mas desde 2007 os trabalhadores sofriam com problemas de má administração. Na época os companheiros ficaram acampados na empresa por 10 meses. O imóvel e o maquinário já foram leiloados e os 470 companheiros aguardam a quitação dos débitos trabalhistas.

Lula

Entre as quase 20 mil fichas, está a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esta foi encontrada há mais tempo, ainda na época do acampamento. “Quando estávamos acampados, a pessoa responsável pelo RH nos avisou que a ficha dele estava no arquivo morto. Mas o dono da empresa se apossou do documento e hoje nós temos só a cópia”, revelou Edison.

Da Redação