“Patrões: cobrem do presidente a defesa da indústria”
(Foto: Edu Guimarães)
Em reunião marcada para hoje, mais uma ameaça do governo federal pode ser consolidada para desmontar a indústria nacional. Com a divisão de opiniões dentro do próprio governo, a decisão da continuidade ou não da política do conteúdo local deve ser tomada por Michel Temer.
“O conteúdo local garante desenvolvimento e empregos no Brasil e deu muito certo desde 2003. O posicionamento do Sindicato e as nossas manifestações em defesa da sua manutenção já chegaram ao conhecimento do governo”, afirmou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Associações empresariais também começaram a se posicionar contra o desmonte que está acontecendo. Em janeiro, na licitação da operação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o Comperj, a Petrobras chamou apenas empresas estrangeiras para participar, sendo que das 30 companhias, nove não têm nem escritório no País.
“Ninguém no Brasil em sã consciência pode querer o retorno do que foi o governo FHC, um período em que a política industrial deixou de existir. Não se trata de uma política de protecionismo”, explicou Rafael.
“Trata-se de definir o País que se quer, se teremos um Brasil entreguista ou uma nação que se apropria das suas riquezas naturais e do seu mercado interno para o bem do seu povo”, continuou.
A Fiesp divulgou na segunda-feira, dia 6, artigo em defesa da indústria.
“A política de conteúdo local viabilizou a instalação de empresas líderes mundiais para produzirem aqui bens e serviços para a exploração de petróleo. Isso é muito importante por gerar empregos, renda e arrecadação de tributos, além de transferência de conhecimentos e tecnologias”, ressaltou. “A política de conteúdo local tem o mérito de atrair investimentos para o País”, afirma o artigo.
O presidente do Sindicato defendeu que a campanha pelo conteúdo local tem de continuar e que as associações patronais precisam fazer a sua parte.
“Fica o nosso recado para os patrões: cobrem do presidente uma decisão favorável ao País, e não aos interesses internacionais. Afinal de contas esse presidente é de vocês”, afirmou.
“Os patrões têm muito mais relações e identidade com esse governo do que nós. Os trabalhadores estão fazendo seu papel de lutar”, prosseguiu.
Rafael criticou a perda do direito de voto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, do comitê do governo federal que discute a política de conteúdo local no Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural, o Pedefor.
“A redução da participação do BNDES do comitê que define as regras é inadmissível, somos contra. É um banco executor e fundamental para a política industrial brasileira”, alertou. “Diminuir o tamanho do banco é diminuir o tamanho do País”, concluiu.
Em reunião marcada para hoje, mais uma ameaça do governo federal pode ser consolidada para desmontar a indústria nacional. Com a divisão de opiniões dentro do próprio governo, a decisão da continuidade ou não da política do conteúdo local deve ser tomada por Michel Temer.
“O conteúdo local garante desenvolvimento e empregos no Brasil e deu muito certo desde 2003. O posicionamento do Sindicato e as nossas manifestações em defesa da sua manutenção já chegaram ao conhecimento do governo”, afirmou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Associações empresariais também começaram a se posicionar contra o desmonte que está acontecendo. Em janeiro, na licitação da operação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o Comperj, a Petrobras chamou apenas empresas estrangeiras para participar, sendo que das 30 companhias, nove não têm nem escritório no País.
“Ninguém no Brasil em sã consciência pode querer o retorno do que foi o governo FHC, um período em que a política industrial deixou de existir. Não se trata de uma política de protecionismo”, explicou Rafael