Comitê é criado para mobilizar e conscientizar trabalhadores sobre ameaças na Previdência

(Foto: Edu Guimarães)

Os Metalúrgicos do ABC parti­ciparam na manhã de ontem, juntamente aos sindicatos do ABC filiados à CUT e companheiros das demais centrais sindicais, do lançamen­to do Comitê Regional do ABC Contra a Reforma da Previdência, na sede do Sindicato dos Químicos do ABC, em Santo André.

A atividade integra uma série de ações dos trabalhadores para tentar barrar a PEC 287. Dando continuidade, hoje os Metalúrgicos do ABC vão parar as fábricas em Diadema contra as reformas da Previdência, Trabalhista e a terceiri­zação.

De acordo com o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, o objetivo central da criação do Comitê é a mobilização e conscientização da classe trabalhadora da região sobre as principais mudanças na Previdência.

“Com o Comitê temos a capacidade e o potencial de aumentar o número de trabalhadores nas atividades de mobili­zação e poderemos unificar a nossa luta e discurso para o enfrentamento contra esta reforma que ataca os direitos de todos os trabalhadores”, afirmou.

“A proposta tem uma estratégia que visa desregulamentar todo o nosso sistema previdenciário e tudo aquilo que é social nesse País, como forma de conseguir desorganizar os sindicatos. É contra isso que estamos lutando com essa iniciativa”, reforçou.

Para munir os líderes sindicais de conteúdo sobre os efeitos da reforma, o evento contou também com as pre­senças do ex-ministro da Previdência Social durante os governos Lula e Dilma Roussef, Carlos Gabas, e do deputado federal Arlindo Chinaglia, do PT de SP, que debateram o tema.

“Eu tive a oportunidade de estudar quase todos os modelos de Previdência do mundo e posso garantir que o nosso modelo hoje é o mais adequado ao Bra­sil”, assinalou o ex-ministro.

Carlos Gabas afirmou que a refor­ma é injusta, cruel e retira direitos dos trabalhadores. “Ela desmonta uma rede de políticas de proteção social que foi construída ao longo de muitas lutas. Precisamos cada vez mais fortalecê-la, pois não existe sociedade possível sem as garantias mínimas aos trabalhadores, são direitos humanos não são privilé­gios. É o básico do que o trabalhador tem direito”.

“O conjunto todo da proposta é ruim. É importantíssimo o engajamento de todos nós para mostrar nossa indig­nação e pressão popular para barrá-la”, prosseguiu.

Arlindo Chinaglia destacou a ameaça que atingirá aposentados e pessoas com deficiência. “A maior maldade está no cha­mado benefício de prestação continuada, a assistência social, com os deficientes e idosos vulneráveis. Eles querem aumen­tar a idade do benefício para 70 anos. Se o cara não conseguiu se aposentar até os 65, como ele vai se sustentar até os 70?”,questionou.

ATO DAS MULHERES

Com o propósito de debater o tema e as consequentes perdas de direitos já conquistados pelas mulheres, as meta­lúrgicas do ABC se reúnem na próxima sexta-feira, dia 10 de março, no Sindi­cato, às 16h.

Da Redação