Prezados trabalhadores metalúrgic@s

(Foto: Raquel Camargo)

Hoje eu não tô bom… meu idealizador Antônio Carlos Félix Nunes se despediu ontem para sempre.

Quando eu fui criado em 1972, pelo cartunista Hélio Vargas, o presi­dente do Sindicato era Paulo Vidal. Ele queria encontrar uma forma de falar diretamente aos leitores da Tribuna.

O editor do jornal na época era Félix Nunes, que teve a ideia de me criar para escrever cartas com críticas ao governo.

Foi uma maneira de driblar a censura da ditadura militar. Ele fundou a Tribuna Metalúrgica e era responsável por outros dez jornais sindicais.

Os meus bilhetes, sempre dirigidos a alguém do alto escalão do governo mi­litar, foram publicados por oito anos (1972 a 1980), como denúncia das condições de vida e da exploração do trabalho.

Há dois anos, o companheiro sofria de Alzheimer. Desde sábado ele estava in­ternado devido a uma pneumonia. Ontem, o quadro se agravou e o perdemos por insuficiência respiratória aos 85 anos. O enterro acontecerá hoje, às 9h30, no Cemitério Municipal de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, cidade onde ele vivia com o filho Marcelo.

Meus pêsames e um abraço de classe,

João Ferrador