Reforma da Previdência também prejudica o acesso à aposentadoria especial
(Foto: Adonis Guerra)
A reforma da Previdência proposta pelo governo federal quer manter os trabalhadores com deficiência e os companheiros em atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física por mais tempo no trabalho e em áreas insalubres ao alterar as regras da aposentadoria especial.
A proposta institui idade mínima de pelo menos 55 anos e tempo de contribuição de pelo menos 20 anos, o que diminui a antecipação da aposentadoria especial.
“Muita gente na base têm o direito adquirido da aposentadoria especial e já pode ir atrás antes que a reforma da Previdência acabe com a chance de se aposentar após uma vida dedicada ao trabalho”, afirmou a CSE na GL (SMS), Maria José da Silva Modesto.
Nas condições atuais, os trabalhadores em atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física podem se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de contribuição, conforme o risco. As pessoas com deficiência podem se aposentar por idade aos 60 anos para homens e 55 anos para mulheres ou por tempo de contribuição em três níveis, dependendo do grau de deficiência.
Também fica “vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação” para “atividades que efetivamente prejudiquem a saúde” para a concessão da aposentadoria especial. A proposta retira ainda a característica de ameaçar a integridade física como condição para aposentadoria especial.
Hoje a aposentadoria especial é concedida com valor de 100% do salário de benefício.
A proposta da reforma da Previdência institui a regra geral de aposentadoria com o cálculo de 51% do salário de benefício mais 1% por ano de contribuição adicional, o que reduz o valor da aposentadoria.
“Além da ameaça contra a aposentadoria especial, o ingresso no mercado de trabalho para os trabalhadores com deficiência será prejudicado com a terceirização geral, já que a empresa poderá ter nenhum contratado direto e não teremos como calcular as vagas reservadas”, explicou Maria José.
“Vamos às ruas na luta contra todos os ataques à classe trabalhadora”, concluiu.