Sindicato defende indústria nacional na construção da nova política automotiva

(Foto: Edu Guimarães)

Após a cobrança feita pelos Metalúrgicos do ABC, o Sindicato terá representante na elaboração da nova política automotiva brasileira.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o MDIC, começou as discussões do chamado Rota 2030 no dia 18 de abril, que criará o plano de desenvolvimento de longo prazo da indústria.

O CSE na Volks, Wellington Messias Damasceno, será o responsável por acompanhar as discussões no grupo de traba­lho. Ele explicou a importância da participação dos trabalhado­res para o fortalecimento da in­dústria nacional e os empregos do futuro.

Em fevereiro do ano passa­do, o Sindicato organizou o se­minário “Inovar-Auto 2 – Ideias para o Futuro da Inovação no Brasil”.

O Regime Automotivo, que teve início em 2013 e termina em dezembro deste ano, é a política de incentivo fiscal para as montadoras e empresas da cadeia automotiva para inves­tirem em pesquisa, engenharia e desenvolvimento tecnológico. Também define metas para que os carros sejam mais seguros, eficientes e menos poluentes.

Tribuna Metalúrgica – Por que os Metalúrgicos do ABC devem participar das discussões no governo?
Wellington – Cobramos muito do governo a nossa presença porque mesmo que a gente não apoie este governo, temos que discutir tudo que é de interesse dos trabalhadores. Não dá para governo e empresários definirem o que afeta diretamente o emprego sem a nossa participação.
O Rota 2030 não é só a substituição do Inovar-Auto, ele praticamente substitui o Plano Brasil Maior. É uma série de políticas que estão sendo estruturadas e que muito interessam aos trabalhadores, inclusive a discussão sobre a renovação da frota de veículos.
Tribuna – As reuniões tiveram início antes da entrada do Sindicato. Como foi o primeiro encontro que participou?
Wellington – Fomos à reunião do dia 24 e colocamos o nosso posicionamento em defesa de medidas que fortaleçam a indústria brasileira.
Na semana passada, o presidente da Anfavea, sindicato das montadoras, Antonio Megale, falou na imprensa comercial que o adicional de 30 pontos percentuais ao IPI de importados vai acabar.
Os interesses dos patrões estão colocados, não importa se os veículos não forem fabricados aqui. Por isso, temos que discutir a partir da lógica do trabalhador e do Brasil.
Tribuna – Como o Sindicato pode contribuir para a elaboração desse novo plano?
Wellington – Temos que deixar muito claro que precisa ter dentro do programa a valorização da indústria nacional e o incentivo para que as empresas permaneçam com sua produção local e até que novas empresas se instalem aqui, assim como foi com o Inovar-Auto.
Não é simplesmente contar com a boa vontade das empresas porque não vai acontecer, como nunca aconteceu. Se não colocar a discussão do conteúdo local, a indústria pode se deteriorar.
Tribuna – O que representa a discussão sem priorizar a indústria nacional?
Wellington – A tendência é que as importações voltem a assumir um papel muito grande nas vendas internas. O Inovar-Auto rompeu com a curva de crescimento das importações, dez novas montadoras vieram ao Brasil e outras empresas deixaram de importar para iniciar a produção local, com geração de empregos e renda aqui no País.
Uma das nossas preocupações é acontecer igual aconteceu em outros países. Na África do Sul, apesar de falarem que é modelo de indústria automobilística porque exportam muito, eles fazem só montagem CKD. Não têm produção, desenvolvimento, engenharia, ferramentaria, concepção do veículo como um todo. A GM saiu de lá e só exporta para aquele país. A Ford saiu da Austrália e só exporta para lá.
Temos um concorrente próximo que é o México. As multinacionais vão fazer o que é mais lucrativo, seja onde for. Os mexicanos recebem um quarto do salário dos brasileiros e até já ganham menos do que os chineses.
Tribuna – As novas tecnologias entram na discussão?
Wellington – É crucial debatermos como será a inserção de novas tecnologias e manufatura avançada. A questão da Indústria 4.0 está sendo feita pelo governo e pelos empresários, mas sem discussão sindical, não tem trabalhador envolvido nem preocupação com o emprego. A preocupação deles é a sinergia entre as empresas.
Vamos buscar espaço em todos os fóruns que afetem a vida da categoria e a geração de emprego. Independente de governo, temos que pensar um projeto de País para evitar ainda mais ataques contra a classe trabalhadora

Tribuna Metalúrgica – Por que os Metalúrgicos do ABC devem participar das discussões no governo?

Wellington – Cobramos muito do governo a nossa presença porque mesmo que a gente não apoie este governo, temos que discutir tudo que é de interesse dos trabalhadores. Não dá para governo e empresários definirem o que afeta diretamente o emprego sem a nossa participação.

O Rota 2030 não é só a substituição do Inovar-Auto, ele praticamente substitui o Plano Brasil Maior. É uma série de políticas que estão sendo estruturadas e que muito interessam aos trabalhadores, inclusive a discussão sobre a renovação da frota de veículos.

Tribuna – As reuniões tiveram início antes da entrada do Sindicato. Como foi o primeiro encontro que participou?

Wellington – Fomos à reunião do dia 24 e colocamos o nosso posicionamento em defesa de medidas que fortaleçam a indústria brasileira.

Na semana passada, o presidente da Anfavea, sindicato das montadoras, Antonio Megale, falou na imprensa comercial que o adicional de 30 pontos percentuais ao IPI de importados vai acabar.

Os interesses dos patrões estão colocados, não importa se os veículos não forem fabricados aqui. Por isso, temos que discutir a partir da lógica do trabalhador e do Brasil.

Tribuna – Como o Sindicato pode contribuir para a elaboração desse novo plano?

Wellington – Temos que deixar muito claro que precisa ter dentro do programa a valorização da indústria nacional e o incentivo para que as empresas permaneçam com sua produção local e até que novas empresas se instalem aqui, assim como foi com o Inovar-Auto.

Não é simplesmente contar com a boa vontade das empresas porque não vai acontecer, como nunca aconteceu. Se não colocar a discussão do conteúdo local, a indústria pode se deteriorar.

Tribuna – O que representa a discussão sem priorizar a indústria nacional?

Wellington – A tendência é que as importações voltem a assumir um papel muito grande nas vendas internas. O Inovar-Auto rompeu com a curva de crescimento das importações, dez novas montadoras vieram ao Brasil e outras empresas deixaram de importar para iniciar a produção local, com geração de empregos e renda aqui no País.

Uma das nossas preocupações é acontecer igual aconteceu em outros países. Na África do Sul, apesar de falarem que é modelo de indústria automobilística porque exportam muito, eles fazem só montagem CKD. Não têm produção, desenvolvimento, engenharia, ferramentaria, concepção do veículo como um todo. A GM saiu de lá e só exporta para aquele país. A Ford saiu da Austrália e só exporta para lá.

Temos um concorrente próximo que é o México. As multinacionais vão fazer o que é mais lucrativo, seja onde for. Os mexicanos recebem um quarto do salário dos brasileiros e até já ganham menos do que os chineses.

Tribuna – As novas tecnologias entram na discussão?

Wellington – É crucial debatermos como será a inserção de novas tecnologias e manufatura avançada. A questão da Indústria 4.0 está sendo feita pelo governo e pelos empresários, mas sem discussão sindical, não tem trabalhador envolvido nem preocupação com o emprego. A preocupação deles é a sinergia entre as empresas.

Vamos buscar espaço em todos os fóruns que afetem a vida da categoria e a geração de emprego. Independente de governo, temos que pensar um projeto de País para evitar ainda mais ataques contra a classe trabalhadora

Da Redação