Burocracia impede tratamento de um companheiro com câncer
(Foto: Edu Guimarães)
Um empasse burocrático pode ser crucial para a vida de Ronaldo Trivilin, aposentado, ex-trabalhador na Mercedes. O companheiro luta contra um câncer em tratamento no hospital AC Camargo, em São Paulo, e não tem como custear o alto valor do medicamento que chega a R$ 22 mil por mês. A questão foi parar na justiça.
Desde 2014 quando Ronaldo aderiu ao Plano de Demissão Voluntária, PDV, o Sindicato se empenha para ajudar na batalha do companheiro. Por um erro de cálculo, quando saiu da Mercedes, ainda faltavam oito meses para a aposentadoria, por conta disso, não foi possível manter o convênio vitalício.
“A partir daquele momento entramos na briga pelo Trivilin, tivemos algumas conquistas e por conta dessas conversas o convênio médico está garantido até dezembro deste ano”, informou o CSE na empresa, Kleber Ferreira Nunes.
Hoje, diante do quadro avançado da doença, um câncer renal que já avançou para os ossos e o fígado, o medicamento indicado é Axitinib Inlyta. O remédio não tem cobertura do convênio por ainda não estar na lista da Agência Nacional de Saúde, ANS, como medicamento para tratamento para câncer.
“Estamos acompanhando de perto o problema, discutindo formas de custeio junto à empresa e não descartamos a possibilidade de fazer uma arrecadação com os trabalhadores”, contou Kleber.
Ronaldo recorreu à justiça para que o medicamento seja custeado pela Prefeitura e pelo Estado. Uma determinação judicial, em 12 de maio, obrigou o município de São Bernardo, onde ele mora, a comprar o medicamento em oito dias. Porém o prazo não foi cumprido. A administração alegou que, como o paciente não está internado na cidade, a responsabilidade seria do Estado.
“O que está acontecendo é um jogo de empurra, a Prefeitura se exime da responsabilidade que já foi determinada pelo juiz. Essa demora pode ser fatal para Ronaldo, que está sem nenhum tipo de medicação há 30 dias, tomando apenas remédio para dor”, a advogada Isabel Cristina Rotta, responsável pela ação.
Ela aguardava a decisão judicial sobre uma nova ação, que pede o pagamento de multa pesada e a prisão do prefeito Orlando Morando.
Da Redação