CNM-CUT articula propostas de fortalecimento da indústria nacional
(Foto: Adonis Guerra)
Em reunião na Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, dirigentes de vários estados debateram propostas para o fortalecimento da indústria brasileira na quarta-feira, dia 31 de maio.
Participaram representantes do ABC e de sindicatos do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
“O encontro foi um passo importante dado pelos dirigentes para o Brasil seguir com um projeto de País onde a indústria nacional tem papel fundamental”, afirmou o presidente dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Na pauta foram discutidas medidas de reversão do cenário de queda da indústria nacional na participação do Produto Interno Bruto, o PIB.
“Países como Coreia, México, China, Estados Unidos, Canadá e Alemanha tem preservado o patamar da sua indústria na economia. No Brasil vai ser necessário muito esforço dos trabalhadores para fazer uma aliança capaz de disputar a hegemonia no País com o setor financeiro, que tem pautado as decisões de governo”, explicou.
“Além disso, o setor financeiro esmaga a indústria brasileira. Na China, é um parceiro e incentivador do crescimento industrial”, comparou
O presidente do Sindicato ressaltou que o objetivo é criar um movimento capaz de disputar a agenda em defesa da classe trabalhadora com a participação de trabalhadores, fundações, universidades e entidades de empresários preocupados com o tema.
“O momento é muito grave no País com queda no emprego industrial e com os interesses das multinacionais passando por cima da indústria nacional. As decisões de natureza política e econômica do governo têm prejudicado enormemente o setor”, criticou.
De acordo com Rafael, esse tipo de diagnóstico também pode ser percebido por entidades de empresários. “Fiz uma reunião recentemente com o diretor de competitividade da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, e chegamos à conclusão de que o principal foco deve estar na diminuição dos juros praticados no Brasil, além da criação de medidas de estímulo ao consumo e a reativação do setor da construção civil”, contou.
“Apesar das divergências a respeito da reforma Trabalhista, devemos unir esforços para impedir a demolição do parque industrial brasileiro e o favorecimento explícito do Estado ao sistema financeiro”, continuou.
A necessidade de um programa de políticas setoriais também foi tratada. O Sindicato já apresentou ao BNDES a proposta de discussão de uma campanha de valorização da indústria nacional e o tema está em andamento junto ao banco.
“Queremos dar um passo de empoderamento desse movimento por um Brasil melhor para todos, pois muito disso a Confederação já faz”, afirmou.
O presidente da CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão, explicou que este foi o início dos debates. “Faremos reuniões com os sindicatos para ouvir as opiniões dos metalúrgicos de todo o Brasil e discutir caminhos para sair da crise da indústria”, disse.
“Com a evolução das propostas, faremos os encaminhamentos na plenária da CNM-CUT nos dias 28 e 29 e convidaremos as confederações da indústria para estarem juntas”, explicou.
“Temos que fazer o contraponto à política atual, defender a indústria brasileira forte com empregos e salários de qualidade e ampliar seu peso na economia do País”, concluiu.
Da Redação