Sindicato vai ao Japão defender produção de veículo na Toyota de São Bernardo

Em viagem ao Japão na semana passada, o presidente eleito do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, defendeu na sede mundial da montadora a importância da vinda de um novo produto para a fábrica da Toyota, em São Bernardo.

“A intenção da ida ao Japão foi dar continuidade ao trabalho iniciado pelo Rafael Marques em 2013 para que a planta de São Bernardo retome a montagem de um carro”, explicou Wagnão.

“Conversamos com a direção da empresa, que é onde se constroem as possibilidades de produção nas fábricas do mundo, para fazer um trabalho de convencimento sobre a importância da planta”, prosseguiu. O CSE na Toyota de São Bernardo, Almiro Silva Cruz, o Mirão, o presidente e o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Soares e Robson Passos, também participaram da missão representando os trabalhadores.

A comitiva visitou a sede da União dos Trabalhadores na Toyota, que recebe o nome de Kaba House, a ‘casa do hipopótamo’, em referência à arquitetura do prédio. Também conheceu as fábricas de Tahara e de Toyota. “A planta de São Bernardo é a primeira da empresa fora do Japão e temos que aproveitar essas condições. A região tem trabalhadores com capacidade e potencial para desenvolver produtos em um setor que somos especialistas”, ressaltou. “É um caminho para rediscutir a vinda de um modelo que dê continuidade às atividades de uma empresa tão importante para a nossa região”, disse.

A discussão ocorre após a tentativa de trazer a montagem do Prius para a planta. “Havia uma forte possibilidade de produção do Prius, mas infelizmente dependia de participação do governo do Estado na questão da tributação exclusiva, o que não aconteceu”, contou.

“A tecnologia do carro híbrido e elétrico não existe no Brasil. O objetivo não era tributação para interferir na concorrência, era trazer uma tecnologia que existe lá fora”, explicou. Na Toyota do Japão, 40% da produção já é de carros híbridos e a intenção é que até 2035 todos os carros sejam nesse formato de motorização.

Wagnão lembrou ainda que o Brasil tem sete modelos da Toyota. “Aqui é onde fornecem menos modelos, enquanto países como o Paraguai, com um mercado muito menor do que o brasileiro, tem 14. Defendemos que o Brasil tem as duas coisas alinhadas, o mercado grande e a pouca oferta de produtos da marca”, afirmou. “Tudo isso é em defesa do aumento do número de empregos na região, que reverbera em toda a categoria. É uma nova investida para retomar as atividades da fábrica enquanto montadora”, concluiu.

Histórico Em abril de 2013, o presidente do Sindicato visitou a fábrica da Toyota, em Tahara, no Japão, uma das mais modernas plantas da montadora no mundo. Ele conversou com a direção da empresa e recebeu o apoio da União dos Trabalhadores na Toyota, o sindicato local, para o desenvolvimento de novos projetos na planta de São Bernardo.

Em março de 2015, foi assinado o acordo de Declaração Conjunta de Proteção ao Emprego e Crescimento Sustentável, negociado pelo Sindicato com a fábrica e aprovado por unanimidade pelos trabalhadores. Na ocasião, houve a cerimônia de inauguração do prédio administrativo, que transformou a planta do ABC em sede da montadora no Brasil.

Em agosto do ano passado, foi inaugurado o Centro de Pesquisa Aplicada da Toyota em São Bernardo, com engenharia, laboratório de design e análises de matéria prima.

Da Redação